terça-feira, novembro 30, 2004

Head on (Pixies)

As soon as I get my head around you
I come around catching sparks off you
I get an electric shock from you
This secondhand living just won't do
And the way I feel tonight
I could die and I wouldn't mind
And there's something going on inside
Makes you wanna feel
Makes you wanna try
Makes you wanna blow the stars from the sky
And I can't stand up
I can't cool down
I can't get my head off the ground
As soon as I get my head around you
I come around catching sparks off you
And all I ever got from you
Was all I ever took from you
Yeah, the world could die in pain
And I wouldn't feel no shame
And there's nothing holding me to blame
Makes you wanna feel
Makes you wanna try
Makes you wanna blow the stars from the sky
And I'm taking myself to a dirty part of town
Where all my troubles can't be found
I said yeah yeah yeah yeah yeah
And I'm taking myself to a dirty part of town
Where all my troubles can't be found
Makes you wanna feel
Makes you wanna try
Makes you wanna blow the stars from the sky

segunda-feira, novembro 29, 2004

Metal against the clouds

Não sou escravo de ninguém
Ninguém senhor do meu domínio
Sei o que devo defender
E por valor eu tenho e temo o que agora se desfaz
...
Por Deus nunca me vi tão só
É a própria fé o que destrói
Estes são dias desleais

Eu sou metal
Raio, relâmpago e trovão
Eu sou metal
E eu sou o ouro em seu brasão
...

Reconheço o meu pesar
Quando tudo é traição
E o que venho a encontrar
É a virtude em outras mãos
...

Quase acreditei na tua promessa
E o que vejo é fome e destruição
Perdi a minha cela e a minha espada
Perdi o meu castelo e minha princesa

Quase acreditei
Quase acreditei!
...
Que por honra
Se existir verdade
Existem os tolos e existe o ladrão
E há quem se alimente do que é roubo
Mas vou guardar o meu tesouro
Caso você esteja mentindo
...

É a verdade o que assombra
O descaso o que condena
A estupidez o que destrói

Eu vejo tudo o que se foi
E o que não existe mais
Tenho os sentindos já dormentes
O corpo quer, e a alma entende
...

Não me entrego sem lutar
Tenho ainda coração
Não aprendi a me render
Que caia o inimigo então!
...

Tudo passa, tudo passará!
...
E nossa história não estará
Pelo avesso assim, sem final feliz
Teremos coisas bonitas pra contar

E até lá, vamos viver
Temos muito ainda por fazer

Não olhe pra trás
Apenas começamos
O mundo começa agora

Apenas começamos!

(Metal contra as nuvens sem a encheção de linguiça)

quarta-feira, novembro 24, 2004

Do cume da montanha

A excessão, talvez, dos que sofrem de algum tipo de masoquismo patologico, ninguém em sã consciencia gosta de sofrer. Alguns com uma visão algo distorcida podem ver no sofrimento solução para algum complexo de culpa, ou algum tipo de mérito ou beleza mórbida e romântica.

Basta lembrar dos religiosos de várias épocas que, por alguma aberração do entendimento, se impunham o auto-flagelamento, como se isto aproveitasse em algum bem para quem quer que fosse; eis aí, aliás, a chave da inutilidade de certas medidas: não aproveitam em nada para ninguém, e além disso, causam mal para si e para os que se importam consigo.

Um vez isto que isto esteja bem claro, que não sou do time masoquista, posso dizer que me sinto feliz diante do que tem ocorrido comigo. É óbvio que eu não diria isto se me sentisse como me sentia digamos até ontém cedo, mas agora, que tenho momentos de paz, observo que coisas interessantes aconteceram.

Em primeiro lugar, me vejo forçado a admitir que não vinha prestando suficiente atenção nas coisas. Em alguns aspectos, me preocupava mais com os acontecimentos negativos do que com a miríade de coisas positivas que me tem acontecido, diariamente. E, naturalmente, esta postura não ajuda a enfrentar certas condições. Hoje vejo que não tenho aproveitado e dado valor a cada pequena benção que faz possivel levar cada dia, desde o nascer do sol, até a gentileza e o cuidado que as pessoas, mesmo algumas estranhas, dispensam para comigo, sendo que, por vezes, me vejo fazendo o contrário, sendo rude até.

Em segundo lugar, o medo. Está certo que a depressão, ou seja lá o que isso for, amplifica e distorce as sensações, mas o medo tem sido algo até mesmo a nível consciente. Não consigo entender onde começo a alimentá-lo, mas o fato é que o faço, e a verdade é que não tenho por que me sentir inseguro com relação as minhas idéias, meus pensamentos. Não posso esquecer que elas são o fruto de tudo que passei até aqui, e por frágeis que sejam algumas delas, ainda assim não sou exatamente um perdido no mundo, afinal, eu tive razões e experiências suficientes para construir um mínimo de fé na vida e auto-confiança. Não acredito em mim, e não tenho minha visão de vida, por convicção ideológica pura e simples, cético que o sou, mas por que passei por situações que, indubitavelmente, me mostraram que as coisas são e/ou podem ser da forma que imagino serem. É claro que frequentemente descubro que interpretei errado, que exagerei ou faltei em alguma observação, mas a essência já foi posta a prova, diariamente, e não é necessário caia o céu sobre a minha cabeça para que eu perceba isto (ao menos, espero que não mais).

Por último, mas não por menor importancia, não creio ter autoridade para dar conselhos, mas deixo um, de metido mesmo: Cuidado com a vontade. A vontade é um atributo com potêncial criador, mas como toda ferramenta, pode ser usada para construir, ou destruir; de modo equilibrado ou não, e como tal, muita atenção se faz necessária quanto ao seu uso.

Quando a euforia te dominar, cuidado: usa a razão. Contrabalança. Não se empolgue com quimeras. Quando o desânimo te visitar, cuidado: tenta parar e respirar, buscar inspiração, mas de forma equilibrada.

Uma pessoa sem vontade nada faz, uma pessoa com a vontade mal direcionada gera desequilibrio, em si e nos outros.

Se sozinho não conseguir por o vagão de volta aos trilhos, não espere para pedir ajuda, não tenha medo, vergonha ou orgulho; Quando perceber que não dá conta sozinho pelo cansaço, pode ser tarde demais, e muito pior.

Se não tenho autoridade para dar conselhos, então ficam estes como lembretes para mim mesmo, para os tombos que ainda levarei, para os testes em que ainda falharei.

Já foi dito (agora não lembro por quem e se a frase é exatamente essa): O mérito não está na vitória propriamente dita, mas na tentativa, na busca.

A felicidade é atributo indispensável para percorrer o caminho de nossas vidas, a felicidade não se encontra no final de nenhuma estrada que a esta conduza, e sim dentro de nós mesmos.

Se recordo bem do mito da caixa de pandora, quando aberta, libertaria todos os males do mundo, mas igualmente, as virtudes necessarias para vencê-los.

Não nos enganemos: Não existe realização que possa ser encontrada em prateleira de supermercados, ou gratuíta; Devemos construir a nossa própria, e ninguém pode fazê-lo por nós.

Gratuita foi a vida que recebemos, um milagre, seja analisada sobre qualquer óptica.
E a única coisa que a vida nos pede em troca, não por bem dela, mas antes por nós mesmos, é que façamos o nosso melhor.

Raramente somos quem poderíamos ser, mas somos, sempre e ainda, quem hoje podemos ser.


Libertas quae sera tamem - Liberdade, ainda que tardia :-)

terça-feira, novembro 23, 2004

Música da situação

Só por hoje
Eu não quero mais chorar

Só por hoje
Eu espero conseguir
Aceitar o que passou e o que virá

E só por hoje vou me lembrar
Que sou feliz

Hoje eu já sei que sou tudo que preciso ser
Não preciso me desculpar
E nem te convencer
O mundo é radical

Não sei onde estou indo
Só sei que não estou perdido
Aprendi a viver um dia de cada vez
(quisera!)

Só por hoje eu não vou me machucar
Só por hoje eu não quero me esquecer
Que há algumas pouco 24 horas
Quase joguei minha vida inteira fora

Não, não, não, não!
Viver é uma dádiva fatal
No fim das contas
Ninguém sai vivo daqui

Mas vamos com calma!

Só por hoje
Eu não quero mais chorar
Só por hoje eu não vou me destruir

Posso até
Ficar triste se eu quiser
É só por hoje
Ao menos isso eu aprendi
Yeah!

(Ah, quisera eu...)

Só por hoje - Legião Urbana - O Descobrimento do Brasil

Socorro

Me pergunto se irei conseguir.

Eu, sempre cheio de mim, me achando o máximo.
Sou forçado a admitir a fragilidade das coisas.
E minhas próprias limitações.

Vou tentar expressar como me sinto. Não conseguirei, não há palavras que descrevam as sensações.

Parece que estou sendo esmagado. Uma dor suave percorre cada músculo do corpo. A impressão é que vou ser virado do avesso a qualquer instante. As mãos tremem.

Na cabeça, uma confusão só. Numa hora, tudo parece engraçado, noutra hora parece tudo triste. Uma sensação de vazio, como se eu estivesse sozinho no deserto, como se houvesse perdido, em definitivo, todos aqueles que amo. Como se soubesse que jamais os verei novamente. Como se ninguém se importasse, ainda que eu saiba, se importam.

Não importa muito onde estou, se numa sala de aula ou trancado no meu quarto, a sensação é a mesma: vazio. Imensa solidão.

E sinto raiva. De mim mesmo, por não conseguir controlar isto. Por me permitir carregar tanto lixo mental e agora não conseguir se desfazer dele.

Nos momentos onde isto se acalma, tenho esperança. Algo me diz que talvez este processo seja necessário para drenar o pântano que há em mim.

Não sou um homem bom. Procuro ser justo, e talvez neste processo, acabe abrindo mão de coisas demais. Talvez se eu impusesse minha vontade com mais força conseguisse algo bom, talvez conseguisse destruição. Mas já não sinto minha vontade. Só o vazio, e medo do vazio.

Mas não, não sou um homem bom.

Este mundo é engraçado. Quando você está se afundando no pântano, ninguém parece se importar. Especialmente os que voluntariamente se afundam, também. Agora, tente mudar de idéia e dizer:
- chega. De agora em diante, farei tudo diferente. Darei o meu melhor.

O que acontece? De repente você é notado. Deixa de ser apenas mais um suicida inconsciente e começam as cobranças. Do dia pra noite querem que seja santo, querem que seja perfeito. Que preste testemunhos de coragem.

É difícil dar o primeiro passo rumo a qualquer coisa boa nesta vida. É bem mais fácil se afundar no lodo, dia após dia. Permitir que os outros decidam o que você pode e o que você não pode fazer. Permitir que te imponham a força o que pensar, o que fazer, o que sonhar. E é bem capaz que com o tempo te dobrem, te convençam a prostituir suas idéias, seus sonhos, tudo para apaziguar os opressores, tudo por que tua vontade é fraca. Tudo por que não tem coragem de levantar e dizer: - Basta!

Estou cansado. Me sinto cansado.
Quando isto tudo passar, eu irei levantar, bater a poeira, e seguir para a frente. É o que deve ser feito.

O segredo desta vida é saber o que se quer. Descobrir até que ponto se quer, o que se está disposto a fazer por isto. Fechar os olhos, e se atirar.

Por que se a lembrança dos pequenos tombos que nos esfolam os joelhos nos parecem tão sofridas a ponto de nos impedir de ir para a frente, de viver, de crescer, de buscarmos o que realmente quisermos, então continuamos escravos. Escravos de nossa fraqueza e dos anseios dos outros, das expectativas que constroem em torno de nós. Escravos de nossos medos.

É natural que queiramos ser admirados, que queiramos agradar. Que sonhamos que um dia nos digam "Sinto orgulho de você".

Mas nada disso vale, se o preço a pagar for abrirmos mão de nós mesmos.

Coragem. Tenhamos coragem.

Que queres da vida, afinal?

segunda-feira, novembro 22, 2004

Chega a ser engraçado.

Este negócio é patético.

Num instante passam besteiras de todo tamanho pela sua cabeça, você chega a pensar em se matar (eu jamais faria isso, mas que este absurdo vem na cabeça, vem), no outro está incrivelmente bem como se nada tivesse acontecido.

Se não fosse a pior sensação que já experimentei, estaria rindo de mim mesmo.

Não ter controle algum sobre eu mesmo. Eis minha situação.
Divertido não?

O bom é que isto passa.
Eu acho ... e espero :-)

Aprendi a esperar
Mas não tenho mais certeza
Agora que estou bem
Tão pouca coisa me interessa

Contra minha própria vontade
Sou teimoso e sincero
Insisto em ter vontade própria
...

(Legião - La age d'or)

A luz que se apaga

Aos que lêem aqui com frequência, duas coisas: Obrigado, e desculpas.

Obrigado pela paciência, pelo interesse, pelos comentários e pela presença em minha vida. Ainda que isto por vezes signifique muito pouco para vocês, tem sido muito importante para mim.

Desculpem-me, mas esta etapa chegou ao fim.
Eu já não tenho motivação para escrever aqui. Minha inspiração parece confusa e não consigo captar coisas boas. Como de lixo o mundo já está mais do que cheio, me abstenho de continuar.

O grito de socorro se cala. A luz se apaga. Ao silêncio, respondo com o silêncio.

Adeus...
... E até breve.

sábado, novembro 20, 2004

Depressão

Meus altos e baixos explicam-se parcialmente:
http://www.psicosite.com.br/tra/hum/depressao.htm

Minhas alterações de humor provavelmente são sintomas de depressão. A depressão por sua vez costuma ser sintoma de outras coisas. Há duas abordagens paralelas para lidar com o problema: tratar os efeitos e as causas. Combater os efeitos da depressão, através de tratamentos variados, incluindo a medicação alopática como um deles, é fundamental para permitir que o doente possa seguir sua vida de forma normal.

No entanto, há de se inquirir de suas causas, pois do contrário, torna-se um dependente (ainda que não químico) da medicação e/ou intervenções de outra ordem. Alguns médicos acreditam que não há outra forma. Considero ingenuidade.

Tenho suspeitas quanto as causas da minha, mas não vem ao caso.

O fato é que possuo os sintomas há muito tempo e nunca pensei que pudesse ter a ver com isto. Tive crises, das quais recordo, aos 11, 14, 15, 16, 18, 20, 21, e agora, talvez a mais forte delas, aos 24 anos.


Considero a alternativa da medicação, que me permitiria levar uma vida normal por algum tempo, enquanto trato os traumas que deram origem a este e outros problemas que possuo.

Chego a me sentir envergonhado. Acho que nunca pensei que passaria por isso. As vezes acho que nem sou humano, a vida encontra formas bizarras de me provar o contrário.
Mas lições de humildade são bem vindas.

Perdoem minhas últimas mensagens anteriores a esta. Por fidelidade a verdade, as mantenho na íntegra. Mas estou bem melhor agora, e não tenho medo senão de que as pessoas se afastem de mim.

Mas, se parar p/ pensar, é um direito que elas tem. Não posso temer pelo que os outros fazem ou decidem, ou deixam de (fazer, decidir).

Boa noite. Perdoem qualquer coisa. Em breve, de volta com a programação (a)normal.



sexta-feira, novembro 19, 2004

Fearfull!

MEDO FILHO DA ****!

Resposta padrão: foda-se.

Vamos matar o filósofo por um pouco.
Estarei operando em modo "foda-se" por tempo indeterminado. Para as perguntas cuja resposta imediata seja "não sei", vai continuar sendo, não vou cavar mais fundo. Por enquanto não tenho interesse em saber. Viver já está sendo suficientemente difícil para que eu encontre tempo e motivação para buscar saber o que quer que seja.

É isso. Sigo cumprindo meu dever. É o que me resta.

Aos que não entendem como oscilo entre extremos tão opostos, a resposta é bastante simples: as grandes capacidades não são boas ou más, são apenas grandes meios, cujo fim cumpre a vontade determinar. E a minha vontade mostra-se enfraquecida, por que sinceramente, não sei mais em que acreditar.

Me sinto a soma de Ícaro e Dr. Jivago; Na ousadia e na fatalidade do impossível.


Não que nada disso importe, after all.

quinta-feira, novembro 18, 2004

The show must go on

Não sei o que pensar, e nem o que dizer. Há tanta contradição. Tanta confusão.
E, por vezes, as únicas coisas sobre as quais tenho certezas são aquelas que mais parecem impossíveis.

Acho que sou masoquista. Adoro os paradoxos. Eu mesmo sou um, bem grande. Raíz na terra, cabeça nas nuvens. Por vezes sinto minha força, por vezes a jogo fora e fico vazio.

Transformo dias impossíveis em dias fáceis, e dias fáceis em dias de tormenta. Tenho o toque que cura e o toque que apodrece. Reflexo do paradoxo que carrego em mim. Que aproxima e afasta as pessoas de mim.

Ou não. Já não sei de nada. Chega de dramatizar as coisas. Bola pra frente. O show deve continuar.


"Parece cocaína
Mas é só tristeza
Talvez tua cidade
Muitos temores nascem do cansaço
E da solidão
E o descompasso e o desperdício
Herdeiros são agora
Da virtude que perdemos

Há tempos tive um sonho
Não me lembro, não me lembro
Tua tristeza é tão exata
E hoje o dia é tão bonito
Já estamos acostumados
A não termos mais nem isso

Os sonhos vem, os sonhos vão
E o resto é imperfeito

Disseste que se tua voz tivesse força igual a imensa dor que sentes
Teu grito acordaria não só a tua casa
Mas a vizinhança inteira

E há tempos
Nem os santos
Tem ao certo a medida da maldade
E há tempos são os jovens que adoecem
E há tempos o encanto está ausente
E há ferrugem nos sorrisos
E só o acaso estende os braços a quem procura abrigo
E proteção

Meu amor:
Disciplina é liberdade
Compaixão é fortaleza
Ter bondade é ter coragem

(E ela disse:)
- Lá em casa tem um poço, mas a água é muito limpa" -- Há tempos, Legião Urbana

segunda-feira, novembro 15, 2004

Once, upon a time.

- O
- Seja bem vindo. O que posso fazer por você?
- Gostaria de solicitar uma audiência.
- Uma audiência? Com alguém em particular?
- Com alguém que esteja apto a conversar comigo e me ajudar. Qualquer um.
- Pois não, irei chamar alguém. Aguarde aqui um instante, imperador.
- Por favor, não me chame assim. É embaraçoso. Sequer tenho império sobre minha própria vida. Estou aqui para pedir ajuda.
- Desculpe, não quis constrangê-lo. É que embora faça muito tempo, eu recordo daqueles tempos como se fosse ontém. O senhor foi grande, apesar dos pesares.
- Ninguém torna-se grande para cair. Se cai, é por que nunca fora verdadeiramente grande. Sou inferior a muitos dos que me serviram. Em verdade, carrego grande culpa, devido aos abusos que cometi naqueles tempos.
-Se me permitir a curiosidade, nunca entendi o porquê de os seus dias terem sido tão radiantes e depois tão trágicos. Libertou varios povos, e depois escravizou varios outros, terminando por empobrecer o seu próprio. O que houve?
- Ah, a ambição, soubesse eu o preço dela. O sentimento que me movia era o de liberdade, assim como a maioria de meus melhores generais e fieis conselheiros. Mas o poder é algo assim tão ilusório, é como uma paixão, que multiplica tuas forças desde que tu a uses para algum fim louvável, mas que te esmaga como fosses inseto caso deixe que ela assuma o controle. É semelhante a um carro que te permite ir rápido, mas que te leva a morte caso não segure firme as rédeas.
Outros povos, outros reinos, poder, sempre o poder. Quase perdi meu próprio povo pela fome e pela peste que permiti se instalasse em nosso reino, é verdade, porém a justiça me alcançou antes que eu fosse culpado pela extinção de toda uma gama de vidas, juntamente com sua cultura, que deixou legados que hoje formam as bases de grandes civilizações.
- Creio que entendo o que me diz. Então diria certamente que não valeu a pena?
- Todo o poder? De que vale ganhar o mundo e perder-se a única coisa que realmente se pode ter nesta vida ingrata, que é o império sobre si mesmo?
- Desculpe-me pela curiosidade, mas não é todo dia que se pode saciá-la. Ah, veja, recebi a comunicação. O senhor será atentendido pelo sr. Hernesto, que irá lhe encaminhar ao departamento diretor, onde será recebido pelos conselho tutelar de nosso estabelecimento.
- Agradeço a deferência, mas gostaria de ser tratado como fosse um transeunte qualquer, pois é o que sou, na verdade.
- Aqui não concedemos privilégios a ninguém. Se o conselho determinou atendê-lo diretamente, é por uma boa razão.
- Assim sendo, acato a determinação do conselho com muita honra, e me confio em vossas mãos.
- Olá, seja bem vindo. Me chamo hernesto, o senhor me siga, por gentileza.
- Agradeço por ser recebido. Guia-me os passos.

quinta-feira, novembro 11, 2004

Calma e Força

Lembra quando você era criança
E tudo te parecia possível?

Os verdes campos e o cheiro da chuva
As brincadeiras na rua, as amizades

Lembra quando você precisava de tão pouco para sentir-se feliz?

Hoje, tudo te parece difícil, demorado, distante.
Os verdes campos, quando raramente os vê, não parecem ser capazes de trazer de volta a infância.
Teus amigos já não estão por perto quando precisa deles
E a tua rua, antes alegre, parece deserta, sombria.

É, as coisas ficam mesmo mais difíceis. Especialmente por que não vês o término desta fase. As vezes pergunta-te se vai ser sempre assim.

Queria ter liberdade para falar do futuro, mas direi apenas do presente.

Hoje é o dia mais importante de sua vida. Nem ontém, nem amanhã, pois o ontém já foi, e não volta, não importa o quanto queira, e o amanhã não é senão o resultado do que por ventura conquistar hoje.

Não aconselho viva, no entanto, como se não houvesse amanhã.
Não aconselho viva, no entanto, como se não houvesse aprendido nada com o ontém.
Não aconselho deixe de viver, por expectativa do amanhã, pois assim, o amanhã nunca vêm.

É preciso ter calma.

Deixar que a sensação do cheiro da chuva te preencha o coração, não pela lembrança do que já foi, mas para que sinta hoje, quem você é, e a força que existe dentro de você.

Calma, e força.

Aí então, entenderá o amanhã.

Não há caminho que conduza até a felicidade. A felicidade é o caminho.

quarta-feira, novembro 10, 2004

Once I had a dream (provisorio)

Once, I had a dream
And I thought they could take this dream
Away from me

But now my dream is real
Every day and night
It feels like I know who I am

Once, I had a dream
And I thought I would not hang on
And I could break apart

But now my dream is real
And every day and night
It feels like I know who I am

It's not easy trying to be
Who you really are
But it is always worth the try

So throw away the masks
Throw away the fears
Throw away my heavy luggage

For now I travel light

Once, I had a dream
And now
No one can take it away from me

(Letra. Fiz agora. Correcoes se necessarias mais tarde. Depois eu traduzo. Pra quem disse que nao ia escrever muito, estou inspirado.)

terça-feira, novembro 09, 2004

Avante

Pela janela do ônibus, observo as edificações. Percebo a geografia do lugar. Imagino que antes daqueles prédios e casas, havia uma bela colina. E apesar de a urbanização ainda conseguir enfeiar um pouco, a geografia daquele trecho ainda continua muito bela.

Mas quando vejo aquelas janelas e luzes, umas acesas, outras apagadas, não é nas edificações e nem na geografia que penso. Penso nas pessoas que moram por trás daquelas janelas, e meu coração se enche ao mesmo tempo de alegria e de tristeza.

De alegria pois vejo a vida fluir. Onde as pessoas acreditam e a mídia faz acreditar que só há o caos e a violência, eu vejo as pessoas de bem lutando pela própria sobrevivência, pela educação de seus filhos e por um dos bens mais sagrados e desconhecidos de nossos tempos: um pouco de paz.

Mas um pouco de tristeza me invade o coração, devo admitir. Por que fico imaginando que por trás daquelas janelas há tantos dramas humanos. Tantos lares fragilizandos. É o filho doente, a mãezinha amada que perdeu o filho e a razão de viver, se esquecendo por vezes que os outros filhos continuam aqui necessitando dela, é o pai sem emprego que cedeu aos apelos do alcoolismo e da drogadição, os filhos adolescentes que se auto-destroem nestas problemáticas e noutras fugas. Os irmãos de sangue que parecem inimigos de coração; O esposo e a esposa que já não se entendem mais...

E tantos outros dramas que nos atingem a todos, quer a nós mesmos diretamente, quer as pessoas que amamos.

A vida de todos nós não é fácil. Sofremos, e não obstante, buscamos a felicidade, mas não sabemos exatamente onde ela está. Vamos atrás do colorido e do barulho, das pessoas que passam sorrindo e distribuindo gargalhadas, aparentemente felizes, tentando comungar com elas nestes momentos de alegria gratuita, e raramente vemos que muitos deles riem por fora, enquanto choram por dentro.

Invejamos e temos por modelos e heróis, por vezes, aqueles que são bem sucedidos na vida. Que viajam muito, trocam de carro todo ano, e parecem sempre progredir, ignorando que por vezes em seus lares por vezes há infernos e tormentos bem piores do que aqueles que permitimos ainda existam nos nossos próprios lares. E que as vezes a fortuna e a alegria deles podem ter sido amealhadas a custa do sofrimento de tantos, embora isto não necessariamente constitua regra.

Cedo ou tarde, a vida nos chama a maiores responsabilidades. Não devemos tentar apressar as coisas ou sofrer tentando fazer mais do que podemos, por que nosso dever consiste tão somente em sermos úteis conforme nossas possibilidades, já que este processo mesmo é que vai nos tornando aptos a vôos mais altos.

E chegando em casa, me pergunto: que posso fazer, hoje, para melhorar, senão o mundo, o cantinho onde moro? É preciso começar pelas pequenas coisas. Minha mesa bagunçada talvez seja um bom ponto de partida. Tenho certeza que consigo jogar fora 90% do papel que acumulo, senão mais.

Começar pelas pequenas coisas. Eis a lição que tenho esquecido .

Toda caminhada de mil quilômetros começa no primeiro passo.

segunda-feira, novembro 08, 2004

O tempo "ruge" haha

Ando meio sem tempo de postar aqui... desculpem.

É uma atividade que gosto muito, faço (quase) sempre com muito amor.
Mas tá tudo uma correria, acho que a tendência é piorar nos próximos dias, mas devo voltar a postar nos próximos fins de semana, assim que assimilar melhor minhas mudanças de horário. Meu relógio biológico está entre a china e marte.

Mas se alguém quiser "encomendar" um post, entre em contato sugerindo um tema. Se eu estiver suficientemente inspirado, pode ser que saia algo.

Até lá, me desejem boa sorte neste novo ritmo louco e fiquem com Deus.

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