sexta-feira, março 25, 2005

Outro resumo.

Então.

A história é a seguinte: Comprei a bicicleta na sexta passada (vide post anterior), fui ao local marcado para o nosso passeio no sábado pela manhã, andei 300 metros e pifou. O meu amigo Xultz foi suficientemente camarada para buscar a bicicleta da namorada dele e me emprestar. Então, ao invés de sair as 7 da manhã, saímos lá por 8:30.

A descida a morretes não é uma descida. Dos setenta e poucos quilômetros, acho que no máximo 15 são descida, o resto divide-se entre retas e subidas moderadas e violentas.

Chegamos lá mortos de fome e após varias paradas (no meu caso várias paradas extras para empurrar a bicicleta quando não mais aguentava pedalar), almoçamos. Chegamos na hora da chuva, por sorte, por que um pouco a mais e teríamos tomado um banho antecipado.

Na volta eu estava quebrado, voltei dormindo no ônibus (as bikes vieram com o pai do Xultz).


Para quem está fora de forma como eu, é um passeio difícil, mas ainda assim, compensador; Eu recomendo a tentativa.

Tirei algumas fotos, assim que der vou postar. Como quem lê aqui com frequência deve ter notado, eu não ando com tempo e saco para postar nada. Mas isto é temporário.

Isto deveria ser um resumo da semana, não do fim de semana passado, a propósito.

Mas esta semana resumo fácil: trabalho, estudo.

Ah, na segunda devolvi a referida bike. Era um lixo.

Vejamos como me saio na próxima semana.

sábado, março 19, 2005

Resumo da semana

A universidade está começando a ficar corrida. Só não está difícil porque não estou tendo uma matéria,o professor não deu nenhuma aula esta semana. Vamos ver a partir da próxima.

Amanhã (digo, hoje, já que escrevo de madrugada) irei p/ morretes de bicicleta. Considerando que:

a) Não ando de bicicleta há uns 8 anos.
b) Comprei a bicicleta hoje, está com os pneus vazios e não tive tempo de testá-la
c) Estou fora de forma (sabe aquele chocolate "Lancy"? Estou em forma de uma daquelas bolinhas.)
d) terei de sair as 6 da manhã e agora que escrevo já é 1:10. Devo dormir umas 3 horas no máximo, depois de uma semana de insônia e trabalho puxado.

... posso concluir que é uma aventura de risco. Mas deve valer a pena. Na eventualidade de acontecer alguma coisa (nunca se sabe), saibam que eu amo vocês e que, apesar dos erros, eu fiz o melhor que podia. Mas vamos mudar o rumo da prosa senão vão pensar que eu tenho tendências suicidas. Pelo contrário, eu nunca antes quis tanto estar vivo.

Beijos e abraços conforme aplicável. Boa semana e boa vida a vocês.

quarta-feira, março 16, 2005

Tradeoff

Tradeoff é um conceito usado em economia e descreve um aspecto simples porém fundamental ao processo decisório que, em suma instância, é a base das relações comerciais.

Uma entidade, seja uma pessoa, uma empresa, um governo, ou o que for, dispõe de recursos limitados, que são insuficientes para atender, ao menos de imediato, as suas necessidades.

O tradeoff consiste em ter de abrir mão de uma opção em detrimento de outra, como consequência de uma escolha, já que não se pode ter todas as coisas. Assim, também é dito que o preço que se paga por uma coisa é a soma do que abrimos mão para possuí-la.

Por exemplo, ao escolher estudar a noite, eu enfrentei um tradeoff. Abri mão do que eu podia fazer neste horário, sair com amigos durante a semana para bater papo, fazer cursos exporádicos ou não, ficar em casa vendo tv, etc.

Para realizar uma coisa, é necessário abrir mão de outra, ou de outras. Algumas vezes, abrimos mão apenas da prioridade, ou seja, deixamos de realizar algo agora, na esperança de podermos fazê-lo mais tarde. Mas nos expomos ao risco de jamais conseguir.

É interessante notar que embora este conceito já me fosse familiar (em informática existem muitos tradeoffs e são estudados com o mesmo termo e significado), eu confesso que não tinha usado o conceito para explorar melhor aspectos da minha própria vida pessoal.

Numa tentativa superficial de fazê-lo, percebi que nesta vida já enfrentei muitos "tradeoffs", mesmo sem necessariamente me dar conta que o fazia.

Não percebi que ao escolher ser quem eu sou, e me forjar neste sentido, optei por abrir mão de coisas que, por vezes, em vão tento encontrar. Ou de valores que não posso mais coadunar, conciliar.

Definitivamente, não se pode ter tudo. Não se pode querer tender as estrelas, mantendo os pés presos no pântano. Dirão alguns que não se pode alcancar as estrelas, e muito dos que isso dizem dão-se por satisfeitos em dividir o pântano malcheiroso com muitos que pensam de igual modo. Para justificar sua pusilanimidade, buscam refugio no fatalismo. "A vida é assim, as pessoas são assim, as coisas jamais vão mudar."

Concordo com este último ponto. As coisas jamais vão mudar. Ao menos enquanto esperarmos que o mundo mude, que os outros mudem, que tudo mude, enquanto que alguns de nós, com areia movediça até o pescoço, tentemos nos convencer que é a fatalidade que nos afoga no lodo, e não nossa própria covardia preguiçosa.

Se para seguir meu caminho, for preciso que minha mente aceite deixar para trás, de vez, aqueles aspectos da minha vida que, em verdade, já não fazem parte do presente, só me resta dizer: - Que assim se cumpra.

Nesta vida, escolhemos a trilha e a velocidade pela qual queremos percorrer. Em determinada altura, julgamos que não há mais outro caminho a tomar. E seguimos, ainda que este caminho seja tão errado a ponto de até nós sabermos. Ainda que saibamos que semeando há tanto tempo, jamais colhemos os frutos que imaginávamos que já teríamos colhido.

O conceito por detrás do tradeoff é que tudo na vida tem um preço, e só nós, os tolos metidos a espertos, pensamos que por vezes, conseguimos enganar esta lei da vida.

Mas enganar é enganar-se, e neste mundo verdadeiramente incrível, os tolos se acham sábios e os sábios se sabem tolos. Não que eu seja qualquer um dos dois, afinal, a mediocridade ainda me colhe, ao menos até aqui.

Eu já disse antes: Os tempos são chegados. É a hora. O mundo começa agora.

Quanto as estrelas, na metáfora das metas perfeitas e distantes, o desafio não consiste propriamente em alcança-las, visto ser pouco provável a qualquer homem conseguir. Assim como o cruzeiro do sul, que é um guia que nos mostra o sentido ao qual devemos percorrer, como fosse um farol a guiar aos navios o sentido da costa e das barreiras de corais, os ideais são objetivos que nos indicam uma direção. Encontrar um cais, o porto seguro, compete a cada capitão.

O objetivo não é atingir o farol, ou as estrelas, mas saber para onde se caminha e porquê tentamos tanto chegar lá.

segunda-feira, março 14, 2005

Until I reach my final day.

"Sunlight dances through the leaves
Soft winds stir the sighing trees
Lying in the warm grass
Feel the sun upon your face

Elven songs and endless nights
Sweet wine and soft relaxing lights
Time will never touch you
Here in this enchanted place

You feel there's something calling you
You're wanting to return
To where the misty mountains rise and friendly fires burn
A place you can escape the world
Where the dark lord cannot go
Peace of mind and sanctuary by loud water's flow

I've traveled now for many miles
It feels so good to see the smiles of
Friends who never left your mind
When you were far away
From the golden light of coming dawn
Till the twilight when the sun is gone
We treasure ev'ry season
And ev'ry passing day

We feel the coming of a new day
Dark gives way to light a new way
Stop here for a while until the world,
The world calls you away
Yet you know I've had the feeling
Standing with my senses reeling
This is the place to grow old till
I reach my final day." -- Rush, Rivendell

sábado, março 12, 2005

Neste dia de mar e nevoeiro

"Neste dia de mar e nevoeiro
E tão próximo o teu rosto

São os longos horizontes
Os ritmos soltos dos ventos
E aquelas aves
Que desde o princípio das estações
Fizeram ninhos e emigraram
Para que num dia inverso tu as visses

Aquelas aves que tinham
Uma memória eterna no teu rosto
E voam sempre dentro do teu sonho
Como se o teu olhar as sustentasse"


-- Sophia de Mello Breyner Andressen

sexta-feira, março 11, 2005

Cansado

Estou exausto. Foi uma semana puxada. Tirando o básico (trabalho puxado, estudo puxado), não tenho muitas novidades... ontém foi meu trote na universidade. Foi bem legal, sem stress.

Meu organismo parece se adaptar bem, tenho tido pouco menos de 5 horas de sono, o apetite está moderado (eu tava oscilando entre comer demais e de menos até um tempo atrás), e, exceto por agora, eu não estive assim tao exausto.

Espero que a noite de sono reponha as energias, mas vai ser difícil, está um calor infernal aqui e provavelmente terei dificuldades para dormir.

Cada dia que passa aprendo mais e entendo menos as coisas, e por alguma razão obscura, isto me parece correto.

Se eu soubesse que ser humano era assim tão complicado, não sei se tinha arriscado sê-lo, tivesse eu a opção de escolha. Mas é fascinante. Gostaria de ter o respeito pela condição humana que julgo ter hoje desde há mais tempo. Eu digo julgo ter ao invés de dizer que tenho, por que eu posso estar superestimando minha personalidade. Eu faço isto com frequencia e sou desmentido pelos meus atos mais tarde. Acho que acontece com a quase totalidade de nós, humanos.

E isto nao é necessariamente algo ruim, é parte do processo que talvez um dia me torne melhor.

Não tenho pressa. A vida as vezes me para na blitz, mas não creio que queira caçar minha habilitação...

Repetitivo, eu sei, mas é que esta música me persegue:

"Sei rimar romã
Com travesseiro
Quero minha nação
Soberana
Com espaço, nobreza
E descanso

Se fiquei esperando meu amor passar
Já me basta que estava então longe de sereno
E fiquei tanto tempo duvidando de mim
Por fazer amor fazer sentido

E começo a ficar livre
Espero, acho que sim

De olhos fechados não me vejo
E você sorriu pra mim"

Que seria de nós ... ?

"Mesmo o mais corajoso entre nós só raramente tem coragem para aquilo que ele realmente conhece", observou Nietzsche. Camus acrescentou um detalhe acerca da hora quando a coragem chega: "Só tardiamente ganhamos a coragem de assumir aquilo que sabemos". Só tardiamente. Foi o que aconteceu comigo. Eu sabia mas não tinha coragem de dizer. O mundo universitário que me cercava me amedrontava. Por prudência optei pelo silêncio. Aí, de repente, uma criança entrou na minha vida, tardiamente. Uma filha temporã. Foi ela que me fez ter coragem.

Penso que Bachelard deve ter tido experiência semelhante. Se assim não fosse, como poderia ter afirmado que "a inquietação que temos pela criança sustenta uma coragem invencível"?

Foi a criança que me deu coragem para que eu deixasse que o inventor de estórias que em mim vivia calado pelo medo, falasse. "Estória", não "histórias, contrariando assim dicionários e revisores. O mundo dos escritores não é o mundo dos gramáticos. Guimarães Rosa tinha o mesmo problema. Começa Tutaméia afirmando: "A estória não quer ser história. A estória, em rigor, deve ser contra a História". A "história" nos abre o mundo das coisas acontecidas no passado. Mas, as "estórias" nos levam para o mundo das coisas que nunca aconteceram e só existem na imaginação.

Disse que sou um "inventor" de estórias. Mas não é bem assim. As estórias não são inventadas pelo escritor da mesma forma como as músicas não são compostas pelo compositor. Estórias e músicas já existem em algum lugar místico.

Escritores e compositores são seres que têm a graça de, repentinamente, se defrontarem com essas entidades, vindas não se sabe de onde, como se fossem emissárias de um outro mundo. Fernando Pessoa se espantava com isso e dizia que era como se um anjo que não conhecemos descesse à terra e com suas asas soprasse as brasas de lugares esquecidos... Uma coisa é certa: ao terminar a estória vem o espanto de que a tenhamos escrito. E perguntamos: "Por que escrevi isto? Onde fui buscar isto? De onde me veio isto? Isto é melhor do que eu... Seremos nós neste mundo apenas canetas com tinta com que alguém escreve a valer o que nós aqui traçamos?".

Aconteceu assim comigo, sem se anunciar, de repente, sem preparo, sem credenciais. As estórias começaram a aparecer porque havia uma menina que precisava delas. Sim, precisava delas...

De noite, quando eu terminava a estória, ela me perguntava: "Papai, esta estória aconteceu de verdade?" Ela não era boba. Pequena, já tinha um agudo senso de realidade. Pássaros encantados, gigantes verdes, dragões dourados, panteras que falam, flores que empinam pipas, sementinhas que têm medo, gansos que envelhecem ficando cada vez mais leves até que voam na direção das montanhas onde cresce o fruto mágico vermelho - não são seres desse mundo. Nunca existiram. Assim conclui-se obrigatoriamente que as estórias são feitas com mentiras. Mas mentira é uma palavra tão feia! Ela tem o poder de matar qualquer palavra.

Acontecia, entretanto, que minha filha amava as estórias. Elas eram belas, ela ficava encantada ao ouvi-las. O seu coração exigia que fosse verdadeira. O amor deseja a eternidade da coisa amada. Acho que o Padre Antônio Vieira deveria ter acabado de ouvir uma estória bonita quando escreveu: "Se os olhos vêem com amor o que não é, tem de ser." Minha filha filosofava sem saber. Perguntava-me sobre o estatuto ontológico da imaginação, lugar onde moram as estórias. E eu não podia dar a resposta. Era muito difícil para ela. A resposta seria: "Esta estória não aconteceu nunca para que aconteça sempre."

Romeu e Julieta, A Bela adormecida, Cinderela, Édipo, Amor nos tempos do cólera, A terceira margem do rio, O operário em construção: essas estórias não aconteceram nunca. Mas a despeito disso queremos lê-las de novo, e todas as vezes que as relemos elas acontecem. A Palavra se faz carne... Prova disso são os tremores que percorrem nosso corpo, ora como riso, ora como choro. Se tivessem acontecido de fato elas seriam criaturas da história, tempo do "nunca mais". "Never more, never more", repetia o corvo de Poe. "Nunca mais" é o tempo dos mortos, das sepulturas, do sem volta. Mas as estórias são criaturas do tempo da imaginação, tempo do eterno retorno, das repetições, das ressurreições.

Quando se conta de novo uma estória aquilo que nela aconteceu no passado imaginário se torna vivo no presente. Sim, já ouvimos a música muitas vezes. Sabemo-la de cor. Mas queremos ouvi-la de novo para sentir a sua beleza sempre presente, para rir e chorar. Assim é o tempo da imaginação. A alma é o lugar onde o amor guarda o que não aconteceu, sob a forma da imaginação, para que aconteça sempre.

Havíamos ido ao cinema ver o E.T. Minha filha, cinco anos, chorava convulsivamente ao voltar para a casa. Depois do lanche quis consolá-la das lágrimas que não paravam. "Vamos lá fora procurar a estrelinha do E.T.!"¸ sugeri. Ela me acompanhou. Mas o céu se cobrira de nuvens. Não havia nenhuma estrela visível. Fiquei sem saber o que dizer. Improvisei, então. Corri para trás de uma árvore e disse: "Venha! O E.T. está aqui!" Ela parou de chorar, olhou-me séria e disse com voz firme: "Papai, não seja bobo. O E.T. não existe." Essa resposta realista e fria pegou-me desprevenido. Me defendi. Armei um xeque mate: "Não existe? Então, por que é que você estava chorando?" O seu choro não era uma evidência de que ela acreditava na existência do E.T.? Mas quem levou o xeque fui eu. Foi isso que ela me respondeu: "Eu estava chorando por isso mesmo, porque o E.T. não existe."

Eu, tolo, misturara o que não podia ser misturado. Tirara o E.T. do mundo da fantasia onde vivia - uma estrela distante, provavelmente vizinha da estrela sorridente, morada do Pequeno Príncipe - e o matara ao trazê-lo para o mundo real. Ela sabia mais do que eu. Sabia que o E.T. só existia no mundo da fantasia. Até a minha intervenção desastrada o E.T. era real. A estória estava acontecendo. Por isso ela chorava. A alma chora pelo que não existe. Mas o seu choro parou de repente quando tirei o E.T. de sua estrela distante e o coloquei atrás da árvore do meu jardim. Acho que Fernando Pessoa teve muitos choros parecidos com o choro de minha filha. E foi para explicar o sem razões dos seus choros que ele escreveu: "o que me dói não é o que há no coração mas essas coisas lindas que nunca existirão..."

Ri muito ao re-ler, depois de muitos anos, o Cem anos de solidão. E sempre choro ao ler os poemas da poeta portuguesa Sophia de Mello Breyner Andressen. Por que rimos e choramos por aquilo que não existe, aquilo que é fantasia? A resposta é simples: choramos e rimos porque a alma é feita com o que não existe, coisa que só os artistas sabem. "Somos feitos da mesma matéria dos nossos sonhos", afirmava Shakespeare. Com o que concorda Manoel de Barros, rude poeta do Pantanal: "Tem mais presença em mim o que me falta". E Miguel de Unamuno: "Recuerda, pues, o sueña tú, alma mia

- la fantasia es tu sustancia eterna -
lo que no fué;
com tus figuraciones hazte fuerte,
que eso es vivir, y lo demás es muerte."

As estórias são flores que a imaginação faz crescer no lugar da dor. Minhas estórias cresceram das dores da minha filha, que eram minhas próprias dores. Por isso disse que comecei a escrever porque ela precisava delas, das estórias. Curar a dor, isso elas não podem fazer. Mas podem transfigurá-la. A imaginação é a artista que transforma o sofrimento em beleza. E a beleza torna a dor suportável. Por isso escrevo estórias: para realizar a alquimia de transformar dor em flor. Minhas estórias são as minhas poções mágicas... Não há contra-indicações e nem é preciso receitas...

Autor: Rubens Alves; Fonte : http://www2.uol.com.br/aprendiz/colunas/ralves/id060204.shtml

terça-feira, março 08, 2005

Mensagem pra você

Observamos que você tem buscado acertar.
Temos observado seu esforço diário em ser motivo de orgulho aos seus pais, em especial sua mãe.

Sabemos que busca uma vida diferente, que te permita antes, sentir-se bem consigo.

Sabemos o quanto te doem os erros e desacertos do passado. O quanto te assusta a perspectiva de voltar a cair neles. E sabes bem como isto seria fácil, afinal, escorrega aqui e ali quase que diariamente.

Podemos ler em seu coração o quanto gostaria que aqueles que lhe são caros não mais olhassem para você com o olhar dos desacertos do passado. Que percebessem que dentro do seu coração há tanta vontade em acertar. Que pudessem mesmo perceber que você tenta com todas as suas forças ser uma boa pessoa, levar uma vida digna e feliz.

Embora não nos possa ver ou sentir, estamos presentes mesmo quando você se desencontra deste ideal, pensando que teus sonhos de uma vida feliz e pacífica sejam impossiveis; Que isto jamais virá a acontecer.

E quando você se encontra a sós e chora, lá estamos e podemos ouvir em seus pensamentos que por vezes gostaria de poder desistir de tudo.

Mas bem sabes que não poderia. E procuramos te inspirar a idéia de que há vidas que dependem de ti e de tua felicidade. Que a sua própria felicidade é possível. Por alguns instantes parece nos ouvir. Já por outros, volta a ver esta vida com o olhar cabisbaixo de quem gostaria de encontrar forças para seguir em frente, mas não consegue...

Por vezes se recorda dos momentos felizes de outrora, e isto simultaneamente te enternece e te deprime, pois que por vezes gostaria de a eles voltar, de estar em contato com aqueles que te permitiam doce e simples felicidade, mas que hoje já não se encontram a teu lado.

Estamos aqui para lhe recordar, no entanto, que só você pode construir a felicidade futura que lhe está reservada. A feliidade da vida adulta vivida de modo sadio, é mais díficil de atingir do que a que lhe embalou os sonhos da adolescência, é mais difícil do que as fantasias que o mundo nos vende, porém é infinitamente mais pacífica, duradoura e verdadeira. Dentro de teu coração, sabes bem disto.

Se bem lhe parece impossível, é por que te encontras em dificuldades de abraçar as responsabilidades que te conduzirão até ela. É por que te permites impressionar em demasia com o mal que há no mundo, a ponto de duvidar de tuas próprias forças e da capacidade que tens de construir e vencer.

Não menospreze o mal do mundo, mas igualmente não te permitas superestimá-lo. O mal não é uma qualidade em si, mas a ausência do bem. Quando a luz se faz presente, as trevas desaparecem.

Quando te encontrares sem forças, lembra que tens a tua disposição a inspiração e a proteção destes amigos que te acompanhamos desde o ínicio desta tua jornada, que sabêmo-la de difícil execução.

Todos, quando adentramos o terreno em que hoje trilhas, recebemos tarefa cuja execução demanda que ampliemos nossos limites, que nos convida a desenvolvermos novas faculdades e ampliarmos aquelas que já conquistamos. Nunca é fácil para nenhum de nós, pois a justiça e o mérito da vitória residem aí: no esforço empregado pela melhoria de nós mesmos, e do contexto familiar e social que nos rodeia.

Quando não te reconhecerem o esforço que emprega em tentar encontrar o bom caminho, observa aqueles próximos a você que passaram pela mesma dificuldade e, conseguindo iniciar a superação destas, hoje são motivos de alegria para aqueles, como tu, que destes se orgulham e de cuja felicidade hoje já podem partilhar.

Quando o mundo te abafar os sonhos, recorda que os que deles desistiram jamais alcançaram a glória em nenhuma realização, e frequentemente, só encontraram a ruína. Toma as rédeas de teu destino e luta pelos teus ideais, cuidando porém de respeitar os ideais e possibilidades alheios.

Somos daqueles que com muita alegria recebemos a incumbência de te proteger e te inspirar boas idéias. Confiamos que com o tempo encontrará, a teu próprio modo, teu bom caminho e tua fé na vida. Não te permitas continuar acreditando que és outra coisa senão alguém com capacidade de vencer e ser feliz. Não duvides que tua felicidade atingirá o coração dos que lhe são caros e serás também motivo de alegria a estes.

Conta conosco, e segue avante, rumo a descoberta de teu próprio caminho nesta Terra abençoada.

segunda-feira, março 07, 2005

Rápidas

1) Primeiro dia de aula "de verdade". Gostei muito. Uma pincelada rápida na história do pensamento econômico. Já na primeira aula comecei a entender coisas que eu tinha dúvida. Assim vale a pena.
2) As vezes não sei me expressar, e me entendem. As vezes sei, e não faço sentido. A propósito, o que eu escrevo agora faz sentido?!
3) Eu não enxergo no escuro. Tropecei numa descida hoje e voei uns 5 metros, de alguma forma cai em pé e ninguem percebeu.
4) Nada pior do que alguém que trabalha digitando ficar com tendinite. Espero que seja só um princípio e que passe.
5) Boa semana :-)

quinta-feira, março 03, 2005

Tivesse eu

Se eu tivesse que abrir mão de todos os meus sonhos e escolher apenas um
Eu escolheria você

Se antes de te olhar os olhos eu houvera podido, por um segundo, imaginar a felicidade
Se antes disso eu houvera podido sonhar com a paz
Então antes de te conhecer, eu já saberia como o teu rosto se pareceria

Se eu tivesse de fazer um pedido, e apenas um pedido
Seria para segurar sua mão nos momentos difíceis
Te dar colo e carinho
E quando você tivesse medo do escuro
Haveria luz nos meus olhos

Eu sei, é fácil falar.
Mas sabe, eu não tenho culpa.
Se a vida as vezes é difícil
Se assusta
Se machuca...

Eu não sou a vida... Eu sou isto aqui, que consigo ser
As vezes falto, as vezes exagero

E pode ser que eu com meus espinhos também machuque
Mas só o que sei
É que eu faria o meu melhor, ainda que não fosse o suficiente.

Me perdoe, se não sou o suficiente.

Se apenas soubesse o quanto eu gostaria de sê-lo...

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