quinta-feira, julho 28, 2005

While you're lost

While you're lost
In doubt and fear;
While you go on through your darkest nights,
Let me be at your side.

While you earn uncertainty and pain;
While you wait for the daylight to come,
Where you'll find what you want and what you don't want.
Just let me be your angel.

While you're lost,
In doubt and fear;
While you can't let me be your sunshine,
Just let me hold your hand.

I hope for the day your smile
will bring back your own sunshine;
But, until then,
If I can't be at your side,
I hope you carry my heart with you;

I trust it can guide you safely to where you belong.

Se ...

Se és capaz de manter a tua calma quando todo mundo ao redor já a perdeu e te ocupa de crer em ti, quando estão todos duvidando e para estes, no entanto, achar uma desculpa;

Se és capaz de esperar sem te desesperares, ou, enganado, não mentir ao mentiroso, ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares, e não parecer bom demais nem pretensioso;

Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires; De sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores;

Se, encontrando a derrota e o triunfo, conseguires tratar da mesma forma a estes dois impostores;

Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas em armadilhas as verdades que dissestes, e estraçalhadas as coisas pelas quais lutaste nesta vida, e refazê-las com o bem-pouco-quase-nada que te reste;

Se és capaz de arriscar numa única parada tudo quanto ganhaste em toda a tua vida, e perdes, e, ao perder, sem nunca dizer nada, resignado, tornar ao ponto de partida; De forçar coração, nervos, músculos, tudo, a dar, seja o que for, que neles ainda existe e a persistir assim quando exausto, contudo resta a vontade em ti, que ainda ordena: persiste!

Se és capaz de falar com a plebe, e não te corromperes; Andar entre reis, e não perder a naturalidade, e de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes;
Se todos podem contar contigo, mas nenhum sequer espera demais de ti;
E se és capaz de dar, segundo por segundo ao minuto fatal todo valor e brilho;
Tua é a terra com tudo o que existe no mundo e - o que é muito mais - serás um homem, meu filho!

(Rudyard Kipling, Poeta e Escritor, cuja criação mais popular é Tarzan; A tradução recebi por e-mail, mas como me pareceu mais uma adaptação do que outra coisa, eu dei umas pinceladas para "desadaptar" alguns excessos que a meu entender empobreciam o sentido original. Talvez ao fazê-lo eu tenha piorado as coisas, mas a intenção era boa...)

domingo, julho 24, 2005

O Fantasma da Ópera

O fantasma da ópera foi escrito e publicado em 1911 por Gaston Leroux, um excêntrico ex-repórter investigativo que deixou a então profissão para se dedicar as nouveles. Como livro, Le Fantôme de l'Opéra não fez sucesso e as críticas eram ruins, exceto pela publicação em série de tiras em jornais franceses, americanos e ingleses, talvez pelo aspecto macabro das figuras empregadas para ilustrar a história, que pareciam chamar a atenção.

Conta-se que alguém que trabalhava para a Universal Pictures teria lido uma dessas tiras e tido a idéia para um filme, que foi produzido e chegou as telas no ano de 1925, tornando famoso seu protagonista, o ator Lon Chaney (falecido em 1960).

Gaston Leroux não chegou a presenciar o sucesso que sua história viria a ter, embora especula-se que teria assistido a produção cinematográfica no ano de 1926, um ano antes de seu falecimento.

O Fantasma da Ópera é uma ficção baseada em acontecimentos sombrios e misteriosos que se deram no ano de 1880, nos porões da Ópera de Paris. Leroux teria visitado os porões da ópera, onde há um lago, e até mesmo tropeçado em esqueletos de pessoas que haviam sido massagradas durante a Comuna, um ambiente naturalmente rico para a criação de histórias sobre vultos e fantasmas.

A história é contada iniciando-se no ano de 1911, com o leilão de objetos remanescentes da Ópera de Paris. Raoul (um dos personagens), então com 70 anos, comparece ao leilão e arremata um pôster e a caixa de música. Quando é posto em leilão o enorme lustre da Ópera, Rauol começa a contar que o lustre está diretamente relacionado com a lenda do fantasma da Ópera, e a história retorna no tempo, com a Ópera de Paris em pleno funcionamento. Christine, uma cantora de Ópera, é auxiliada pelo Fantasma, a que ela chama de "Anjo da música", que no entanto fica enlouquecido de ciúmes quando Christine encontra Rauol, um antigo colega de infância que ao desenrolar da história disputará o amor de Christine com o Fantasma, um personagem excêntrico e fascinante cuja paixão demonstra de maneira bastante humana como aquilo que é simultaneamente uma força construtiva pode tornar-se em uma fraqueza destrutiva.

O Fantasma foi estrelado como um músical em 1986, em Londres, tendo Sarah Brightman no papel de Christine, estando em cartaz até hoje, sendo que jamais houve um assento não vendido para a produção londrina. O show também é produzido por outras companias de teatro, estando em cartaz em Nova York, Budapeste, Shangai, São Paulo e uma produção em tour pelo interior dos EUA.

Eu tive a oportunidade de assistir a produção em São Paulo e posso dizer que vale a pena, se você gosta e/ou tem paciência para musicais. Além da história e da musicografia serem fiéis a produção teatral original, o cenário, os efeitos, as roupas, nada deixam a desejar a uma produção de nível internacional.


"Promise me that all you say is true - That's all I ask of you"

(All I ask of you, da produção original para o teatro. A melodia é mais conhecida no Brasil através da adaptação performada por Emilio Santiago para a novela Tieta, com o nome de "Tudo que se quer", embora a letra não tenha nada a ver com a original).

segunda-feira, julho 18, 2005

Voltei!

Estou de volta. O texto anterior descreve o por quê, embora eu não possa explicar :-)

domingo, julho 17, 2005

Somos o que sonhamos

Algumas expressões surgem naturalmente como se fossem verdades tão simples, tão inquestionáveis:

- "Preciso ir"
- "Agora não posso"
- "O tempo não espera"
- "Tenho tanto a fazer"
- "Gostaria quer o dia tivesse 48 horas"

E, no entanto, o tempo não é esse monstro inexorável que nos rouba o fôlego da vida, dia após dia. O tempo é o que queremos fazer dele. Não culpemos o tempo pela angústia da pressa que nos move o íntimo. Esta angústia de não saber quem somos e o que queremos, e dentre o que queremos, não sabermos o que podemos, não foi implantada em nós pelo tempo. Fomos nós que a semeamos, que a regamos. O mato já cresce sozinho, sem uma mão que o cultive, haveremos de nos queixar se cresce ainda mais rápido, e fica ainda mais forte, se recebe auxílio?

O tempo não é essa coisa de os segundos passarem, um contador inexorável que conta de trás para a frente, do dia em que respiramos o ar deste mundo até o dia de nos despedirmos dele. O tempo não nos impõe estas necessidades, verdadeiras ou inventadas, destas que nos levam a precisarmos (ou imaginar precisarmos) correr atrás da vida como se ela nos escapasse das mãos feito fosse areia pelos vãos d'entre os dedos.

A vida não é escrava do tempo. Nem foge, nem vai a parte alguma. A vida está aqui, está ali. Está em seu coração, está no meu, está nos corações que já foram e nos que ainda não vieram. A vida é uma sinfonia tão grandiosa que infelizmente muitos escolhem não vivê-la.

É uma sinfonia tocada por todos os instrumentos, com todas as notas, com todos os timbres, para todos os ouvidos e gostos. É uma sinfonia que se desprende de sua grandeza para deixar participar do mais ínfimo dos instrumentos, mas que soa encorpada e forte quando permite entrar os mais afinados e musicais deles.

É uma sinfonia em que tomam parte sem saber desde os minúsculos seres microscópicos do oceano, as plantas mais simplórias, os menores vermes que vivem debaixo da terra ou o limo das pedras, e gradativamente até os primeiros dos arcanjos, passando naturalmente em algum ponto por cada um de nós. É uma sinfonia que pode ser maravilhosa sem qualquer um dos seus maestros ou músicos, mesmo o mais elevado deles, mas que não é perfeita senão quando todo o conjunto atua, mesmo sem que o saibam.

Os aprendizes tem a liberdade de escolherem seu caminho, constroem seus instrumentos as próprias custas. Descobrem e descobrem-se, cada qual no compasso de tempo que lhe é próprio, mesmo quando a pressa se lhe apresenta, mesmo quando desiste e nada pensa fazer, pois que estes estados são transitórios como o próprio tempo o é.

O tempo é a medida dos eventos momentâneos, da sucessão de coisas que acontecem em intervalos mais ou menos constantes. O tempo não é a medida da perfeição ou da imperfeição, nem da sabedoria ou da ignorância, o tempo não mede nem determina coisa alguma que possa ser considerada ao longo da sinfonia majestosa da vida.

Não há instrumento mais ou menos digno, caminho mais ou menos perfeito, não há músicos mais ou menos capazes. Os que podem mais, fazem mais, os que ainda não podem, cumprem exatamente com o papel que lhes cabe, e nada os impede de ascender a papéis que requerem maior disciplina, se por este caminho decidem trilhar. Os que completam um papel podem ascender a outro, deixando a vaga aberta para um que a deseja e luta por ela.

Todo o desequilibrio, toda a sorte de problemas, surgem principalmente da falsa idéia que os músicos fazem de si mesmos e de seu papel. Uns querem ser agora o que ainda não podem, outros querem ser menos, querem fazer menos, querem ser outros músicos, ou pensam nada querer.

E são livres para tomar o caminho que trilharem, para produzirem o ritmo que lhes aprouver. Livres só não são para se furtar ao resultado que obtiverem, embora possam sempre retomar o trabalho de onde o deixaram, ou mesmo se dedicarem a outras tarefas, assumindo tão somente o fardo de encontrarem condições menos favoráveis do que na primeira tentativa, visto não terem eles próprios melhorado o ambiente em que se encontram para afinar os seus instrumentos.

É a pressa, a pressa de querer não-sei-quê, de fugir para não-sei-onde, de temer tudo e nada; É a pressa que desloca o músico da arte de tocar seu instrumento. Que não o deixa perceber onde ele está e por quê ali está.

É mais ou menos esta idéia que estava por trás do título deste espaço, "Somos quem podemos ser", idéia que nunca consegui expressar por que nem mesmo tinha dela senão vaga forma, cujo conteúdo ainda não me é inteiramente claro.

Este pequeno instrumento desafinado, que tem muito a aprender sobre todas as coisas, dos vermes da terra e os arcanjos do espaço infinito, coloca aqui o seu manifesto de vida. Não faz com isto um convite ou um desafio a ninguém, nem a adotar nem a questionar concepção de vida alguma. Não teria tamanha pretensão.

O caminho que trilho não é mais nem menos digno ou verdadeiro do que o de ninguém. Os instrumentos que toco estão longe de contribuirem com uma nota musical que o fosse. A estrada que existe a minha frente, cujos detalhes sei tanto quanto todo mundo sabe ou nada, que é a mesma coisa, é a minha estrada e a mais ninguém compete trilhá-la. Ainda que outros músicos construam estradas algo paralelas a minha, ainda que eventualmente elas cheguem a um ponto em comum, a cada qual compete seguir pela sua estrada. É um caminho que se trilha só, mas que não precisa necessariamente ser um caminho solitário. Não é necessário fechar as interesecções da estrada, não é necessário fazê-la em solo tão baixo e inundado que todos a desprezem ou em elevado tão inacessível que todos nem sonhem em construir tão alto, por que se no primeiro caso não quero, no segundo nem poderia.

Há algo que interliga todos os músicos, algo que cada um compreende a seu modo, conforme sua identidade e suas capacidades, algo que eles sequer sabem definir durante a maior parte de seu trajeto.

Este algo que os une é a própria melodia que não apenas tocam, mas ajudam a compor, muitas vezes sem o saber. O tempo é o palco, a vida a matéria bruta que forma todos os instrumentos, e a melodia que executamos e compomos se chama Amor.

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