quarta-feira, agosto 31, 2011

terça-feira, agosto 16, 2011

Vínculos

Pessoas há que passam pela nossa vida sem levar nada de nós, e sem nada nos deixar.
Pessoas há que deixam um perfume forte, mas que se dissipa rapidamente com o tempo. Preenchem uma necessidade de momento, que uma vez satisfeita, revela-se pueril.

Já pessoas há que nos marcam com sua presença de espírito, com detalhes como o seu sorriso e sua alegria, sua mais ou menos disposição em sentar-se ao nosso lado e escutar-nos falar, algo tão simples e corriqueiro, mas que realizado na circunstância necessária e com a companhia ideal, pode marcar nossa vida profundamente.

Algumas pessoas há, geralmente na família, que conquanto jamais consigamos criar um vínculo de intimidade, ou mesmo de compatibilidade de pontos de vista, sabemos que lá estão, e elas sabe que cá estamos; Que um poderá com o outro contar, em qualquer momento, apesar destas pequenas diferenças, que aparentemente não serão transpostas no curso de uma vida.

Esta miríade de tipos de vinculações que formamos e conosco formam, constitui o nosso círculo de contatos, a nível pessoal.

O que por vezes não percebemos é que em toda aquisição, existe um "custo", ou uma necessidade, de manutenção.

Assim como, adequadamente mantidos e revisados, os nossos bens móveis e imóveis podem ter uma vida útil bem superior a dos mesmos bens, quando deles apenas nos servimos à exaustão, as amizades e demais vínculos que formamos precisam, de tempos em tempos, serem regados, revisitados até. Nunca sabemos quando uma palavra nossa poderá render a renovação de um vínculo por toda uma vida.

E sem nossos vínculos, nossa história, nesta brincadeira séria de aprender a viver, jamais poderá ser contada corretamente. Sem as testemunhas a nos apontarem onde fomos humanos, onde superamos nossas limitações e onde a elas cedemos (e ceder por vezes é um direito inalienável, sobremaneira quando o cansaço nos alcança), sem os vínculos a nos auxiliar a repensar nossos caminhos, não vivemos; somos apenas o que nos sobra da ilusão de nossas próprias memórias.

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