terça-feira, outubro 16, 2012

:)

"He kills without a thought, he murders all that's good
I know I can't refuse and yet, I wish I could.
Oh God, if I agree,
What horrors wait for me in this,
The Phantom's opera?"


sexta-feira, agosto 17, 2012

Feliz dia do Amor - Com sutileza!

Gandhi afirmou, com muita propriedade, que "o amor é a força mais sutil do mundo".

E muitas pessoas (muitas mesmo) tem dificuldades em visualizar os termos "sutil" e "força" na mesma sentença, sem uma negativa entrelaçando-as, ainda que de forma indireta.

Acostumados que estamos com o ruído em alto volume, ignoramos a força do silêncio. As demonstrações do que entendemos por força, tem sido, ao longo dos séculos, ruidosas, patentes, severas.

Referimo-nos sempre às guerras, a grandes momentos de transição. Alguns de nós (excluo-me) sentem frenesi ao referir-se a certas passagens da história como revoluções, e aguardam esperançosa e pacientemente por aquela nova revolução, que, num passe de mágica (ou, as vezes, de tragédia), virá mudar o rumo das coisas estabelecidas.

Fala-se em revolução política, industrial, cultural, econômica. Em quedas de meteoros, incêndios, alagamentos, descobertas científicas de vulto; Aguardam-se heróis e mártires.

Até nas sutilezas de nossas vidas, esperamos barulho: há entre os homens em geral, especialmente os mais jovens (e não falo da idade corporal tão somente), verdadeira adoração, por exemplo, pelos motores a explosão de veículos; Quanto maiores os cilindros, a explosão, o ruído do escapamento, maior o frenesi.

Mas os motores a explosão, para me aproveitar do exemplo, são dos mais ineficientes. Via de regra (embora progressos importantes tenham sempre sido observados nesta área), quando deseja-se um motor potente, o faz-se grande, o que o torna necessariamente mais pesado, ainda que procure-se compensar, substituindo-se materiais; E busca-se com isso tudo não aumentar sua eficiência, mas torná-lo capaz de explosões maiores, e com isto, mais força bruta. Mais é mais, afirmamos.

Mas quais são os motores mais eficientes e simples do mundo? Não são os elétricos? O esportivo Roadster, da Tesla, um dos primeiros esportivos elétricos a serem apresentados, possivelmente o primeiro em escala comercial, possui um motor do tamanho de um liquidificador doméstico. Faz de 0 a 97 km/h (escala americana, 0 a 60 mph) em 3,6s, desbancando vários porsches por aí.

E o que se pode dizer da energia elétrica? Em seu estado contido, podemos vê-la? Produz fumaça, odor? Diretamente, possui massa que possamos mensurar usando apenas nossos sentidos?

Apesar de muitos de seus efeitos não serem nada sutis, a energia elétrica (e outras formas de energia) são sutis per se. É a força disponível, que pode ser empregada quando necessária, sem necessariamente provocar alarde.

E o Amor?

O Amor é uma força ativa. Semelhante a água, ele preenche. Novamente, nós, que julgamos precisar de ruído, sempre toma-mo-lo pela paixão, e se seu frenesi e ruído estiverem ausentes, aí não enxergamos o amor.

Mas o amor se faz presente ainda assim, e quando ele age, preenche. Dissipa questionamentos, faz-nos esquecer daquelas dúvidas com relação a nossas próprias capacidades. Resolve problemas em andamento, previne criemos novos problemas, mas, sobretudo (e o que vai muito além disso), nos possibilita descobrirmos novos caminhos, e simultaneamente, termos a disposição de trilhá-los.

Entendamos - a paixão não é uma coisa negativa ou indesejável. A paixão é uma das expressões do amor, e como tal, é uma energia, ou uma ferramenta, e como todo meio, perigoso desde que nos controle, multiplicador de possibilidades, desde que o controlemos.

Mas ao limitar as expressões do amor (que ainda estamos em processo inicial de conhecimento) tão somente aquelas primárias, que envolvem as sensações mais básicas, agimos semelhante a grandes motores: consumimos muitos recursos, e damos poucos resultados.

Fechamos nossos círculos de possibilidades àquelas do que nos é conhecido, do jogo de cintura, do medo do novo e de descobrirmos que nosso potencial de hoje é indigente, perto do nosso potencial provável de daqui a pouco, quando amamos, e amar começa - nunca termina - em nos amarmos a nós mesmos.

quarta-feira, agosto 15, 2012

Saudades

Que me importa saber sem sentir
Ou sentir sem notar
Ou notar sem saber.

Que me importa viver sem amar
Ou amar sem querer
Ou querer sem saber.

Que me importam caçadores de recompensas
Deputados, notários, ministros

Que me importam a rima,
As pessoas do imperativo afirmativo,
Que me importa saber sem saber.

Me importa tu, me importa ti, me importa nós!

domingo, janeiro 22, 2012

Um homem cai - Parte um

Ele era um jovem ingênuo quando tudo aconteceu. E aconteceu tão rápido que nem teve tempo de esboçar uma reação.

Seu nome é Lucas. Ele tinha vinte e três anos à época. Ele ainda se parece como então, mesmo que isto tudo tenha se passado há cinquenta anos atrás.

Lucas sentiu uma dor indescritível em seu pescoço, enquanto o vampiro o matava pelo seu sangue. A toxina paralisava cada um dos seus músculos, o deixando em sensações misturadas de dor, tontura e morte.

Em um acontecimento inesperado, uma bala perdida, disparada em uma guerra de gangues ocorrendo do outro lado do rio, deu a penetrar a cabeça do vampiro quando mais da metade do sangue de Lucas havia sido drenado.

O vampiro repentinamente passou a experienciar a mesma sensação de Lucas: uma mistura de tontura e dor.  Mesmo que houvesse passado algo como cem anos desde que ele se tornou o que é, o fato é que ele não se sentia morto. Desconsiderando-se a fome e outros sintomas, ele sentia-se muito vivo.

Jamais acreditei na ideia dos vampiros serem capazes de preservar sua memória, mesmo quando seus cérebros fossem gravemente danificados. De alguma forma, eles a preservam, boa parte dela, ao menos.

O vampiro caiu no chão, inconsciente, e assim permaneceu por algumas horas. Quando despertou, seu ferimento, incluindo aí o tecido cerebral e sua memória, haviam sido quase que completamente restaurados. A única memória que ele não possuía, ao menos não ao ponto de lhe dar entendimento, era a do impacto da bala. Ele estava muito concentrado saciando sua sede de sangue para memorizar exatamente o que se passava em sua volta.

Ele não se importava com Lucas como uma vítima, ou, em verdade, com mais ninguém, então não se importou em procurar o que quer que teria sobrado dele. Para ele, Lucas não passou de um lanche rápido e mal cheiroso que ele havia conseguido, por falta de algo melhor para comer. O vampiro preferia mil vezes caçar mulheres jovens. Ele adora o medo e os gritos que elas produzem, sem mencionar o doce perfume de suas nucas. Para elas, ele guardava sua atenção, e suas ações mais sádicas e insanas. Já quanto as demais vítimas, como pessoas mais velhas, que morrem em suas mãos (ou dentes, para ser mais preciso), em geral não sofrem nada além de uma rápida (ainda que dolorosa) morte. Ele não as considera divertidas a ponto de perder tempo com elas.

Enquanto o vampiro estava ainda caído no chão, Lucas recobrou um pouco de consciência, o suficiente para cambalear alguns passos. Ele estava muito enfraquecido e intoxicado, de modo que mal parava em pé. Ele tropeçou em alguns pedregulhos pequenos e acinzentados no chão, e acabou caindo no rio, sendo rapidamente levado pela correnteza, carregado pelo rio para destinos desconhecidos ...

... Continua ...

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