quarta-feira, março 10, 2004

Enquanto os cães ladram, a caravana passa

<Modo Revoltado>
"Vamos celebrar a estupidez humana, A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja de assassinos
Covardes, estupradores e ladrões"

...

"Um país que crianças elimina / Que não houve o clamor dos esquecidos
Onde nunca os humildes são ouvidos
E uma elite sem Deus é quem domina / Que permite um estupro em cada esquina
E a certeza da dúvida infeliz / Onde quem tem razão baixa a cerviz
E massacram-se o negro e a mulher

Pode ser o país de quem quiser,
Mas não é, com certeza, o meu País

Um país onde as leis são descartáveis
Por ausência de códigos corretos / Com quarenta milhões de analfabetos
E maior multidão de miseráveis;
Um país onde todos os homens confiáveis
Não têm vez, não têm voz nem diretriz
Mas corruptos têm vez e voz e bis / E o respaldo de estímulo incomum,

Pode ser o país de qualquer um,
Mas não é com certeza, o meu país

Um país que perdeu a identidade,
Sepultou o idioma português / E aprendeu a falar pornofonês
Aderindo a global vulgaridade;
Um país que não tem capacidade
De saber o que pensa e o que diz / Que não pode esconder a cicatriz
De um povo de bem que vive mal

Pode ser o país do carnaval,
Mas não é, com certeza, o meu País

Um país que seus Índios discrimina
E a Ciência e as Artes não respeita,
Um país que ainda morre de maleita
Por atraso geral da medicina / Um país onde escola não ensina
E hospital não dispõe de Raio-X,
Onde a gente dos morros é feliz
Se tem água de chuva e luz do sol,

Pode ser o país do futebol,
Mas não é, com certeza, o meu País!

Um pais que é doente e não se cura,
Quer ficar sempre no terceiro mundo / Que do poço fatal chegou ao fundo
Sem saber emergir na noite escura;

Um país que engoliu a compostura
Atendendo a políticos sutis / Que dividem o Brasil em mil "brasis"
Pra melhor assaltar de ponta a ponta

Pode ser o país do faz de conta
Mas não é, com certeza, o meu País!

Um país que dizima sua flora
Ensejando o avanço do deserto, / Pois não salva o riacho descoberto
Que no leito precário se estertora;

Um país que cantou e hoje chora / Pelo bico do Último conoriz
Que florestas destrói pela raiz
E a grileiro de fora entrega o chão

Pode ser que ainda seja uma nação,
Mas não é, com certeza, o meu País!"

</Modo Revoltado>

...

"Venha, meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão

Venha, o amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça
Venha, que o que vem é perfeição"

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