sábado, maio 13, 2006

Curvas

Não importa o que aconteça, a vida acontece. A gente faz e deixa de fazer, e no entanto, nada a detém.

Raramente estamos prontos. Quando chega o momento, ela faz a curva, e a gente insiste em ir reto, sai da estrada, as vezes até capota com as quatro rodas. Olhando assim, depois que acontece, e quando não dói, é até engraçado.

E a gente volta pra estrada meio sem saber onde ela vai dar. Mas esta estrada danada gosta de mudar de rumo, ou melhor, talvez a gente tenha um problema de visão: a gente enxerga as coisas indo para um lado, quando talvez elas estejam indo para outro.

A vida não é um bicho de sete cabeças, embora também não seja lá muito simples, e na tentativa de simplificá-la ainda mais, as vezes acabamos por deixá-la mais complicada ainda.

A verdade é que não entendemos a vida. Natural, somos humanos, humanos não tem como prerogativa entender a vida, pelo menos não de relance, como se fosse um manual de instruções de 3 páginas, com figuras, que a gente bate o olho e diz: -Ah, fácil, saquei tudo.

A gente descobre, aprende e desaprende, um pouco a cada dia. Em cada curva do caminho, seja uma curva vencida ou uma daquelas em que saímos da estrada, há sempre ali uma coisinha que a gente pode prestar atenção e dizer: -Ah, isso eu não sabia!

De cada lugar onde estivemos, de cada momento que vivemos, ficam as recordações, de tudo aquilo por que passamos e que nos ajudam a definir quem somos. É certo que experimentamos, e mais de uma vez, aquela sensação de querer voltar atrás, tanto por que sentimos que perdemos momentos que não voltam mais, e gostariamos de poder revivê-los, tanto por que as vezes pensamos que gostaríamos de poder desfazer as coisas, mudar uma coisa aqui e outra ali, ter seguido outra bifurcação na estrada...

Considero perfeitamente natural ter estes pensamentos.

Porém, um homem admirável, que já segue por outras estradas, me fez pensar, com aquela frase nada sutil: "Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim."

Faz sentido, não faz?

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