sábado, janeiro 08, 2011

O conto da pá de cal

Olho para o sepulcro em que te depositei
Me é indiferente se estivera vazio
Ou cheio dos sonhos que não são meus

Olho para a roupa com que te adornei
A última que vestiste
Diante de meus olhos já cansados

Olho para a terra que te aguarda
Antevejo os vermes que te devoram
Penso em tudo que não foste

Olho para o coveiro infeliz
Mas infeliz é tu, que morre em vida
E ninguém aqui te verte lágrimas

Olho para a pá ao lado
E no monte de cal, a preencho
Te cubro o sepulcro em alva mancha.

Olho para a saída,
Pego minha jaqueta, e sigo
Sem precisar olhar pra trás.

3 comentários:

Anônimo disse...

Eu gostei, é macabro mesmo, mas gostei, tanto pq eu eu gosto de coisas macabras hehehehehe =D

Camila Custodio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Camila Custodio disse...

Despede-se de seu outro alguém, caminha rumo ao espelho procurando ansioso a nova face a ser refletida.
Não se preocupe. Só quem enxergará inicialmente é Deus.
Ele sorrirá ao ver-te.

Muitas despes para nós, querido amigo!
Obrigada por todo o carinho hoje e sempre!

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