quarta-feira, dezembro 27, 2006

Enganos

O que mais sofremos no mundo - Não é a dificuldade.
É o desânimo em superá-la.

Não é a provação.
É o desespero diante do sofrimento.

Não é a doença.
É o pavor de recebê-la.

Não é o parente infeliz.
É a mágoa de tê-lo na equipe familiar.

Não é o fracasso.
É a teimosia de não reconhecer os próprios erros.

Não é a ingratidão.
É a incapacidade de amar sem egoísmo.

Não é a própria pequenez.
É a revolta contra a superioridade dos outros.

Não é a injúria.
É o orgulho ferido.

Não é a tentação.
É a volúpia de experimentar-lhe os alvitres.

Não é a velhice do corpo.
É a paixão pelas aparências.

Como é fácil de perceber, na solução de qualquer problema, o pior problema é a carga de aflição que criamos, desenvolvemos e sustentamos contra nós.

(A primeira vez que li esta mensagem, havia informação sobre a autoria, mas não achei mais. Assim que descobrir, eu posto aqui.)

segunda-feira, dezembro 11, 2006

"E não tenho pena de ninguém"

Quando sofres, não tenho pena de ti.

Como lhe tenho afeto, gostaria, é verdade, que não tivesses de enfrentar dificuldades extremas, que nos chegam a todos, eventualmente.

Ocorre que confio em tua capacidade de as superar, e resta-me a certeza de que delas acabas tirando proveito, algum aprendizado que, se não te impulsionas à frente, ao menos te impedes de tombar, mais a frente, ante dificuldade de igual grau; É o prêmio da experiência.


Não posso impedir meu coração de compartilhar de tuas dores, quando este chega a saber da dificuldade de tuas provas, porém, 'inda assim, não sinto pena.

Sei que sairás mais forte da experiência, como aliás, tens saído, quase sempre, quando não te desesperas nem te revoltas.

Não lhe tenho pena, é verdade.
Lhe tenho afeto, lhe tenho amor.

terça-feira, dezembro 05, 2006

Clip Japa

Me mandaram este vídeo um tempão atrás, e hoje me mostraram ele no youtube, resolvi postar aqui, pra quem não viu ainda... é meio triste mas é interessante.

terça-feira, novembro 28, 2006

São Paulo

Se eu não gostasse de São Paulo por nenhuma outra razão, eu teria mudado de idéia na primeira vez que li um certo blog, que faz parte da versão online da folha de SP.

Mas atenção, a partir das 10 da manhã até a hora do almoço não recomendo a visita, a menos que você não seja esfomeado como eu sou.

Eu gostaria que Curitiba tivesse tantas opções culinárias, mas mesmo que não as tenha, em quantidade, estou certo que ao menos em parte, as têm em qualidade. Neste caso eu aceito dicas :)

quinta-feira, setembro 28, 2006

Eu que vos amo

Eu, que vos amo...
E o faço assim, de sobremodo irrestrito;
Com apreço infinito.

Eu, que vos amo
De todo modo incondicional,
De amor mesmo colossal,
Eu que o sei e que o sou.

Eu que vos amo, tal qual vós sois,
Não vos peço que compreendam,
Não vos peço que m'aceitem.

Amo-vos até o modo aquele
Pelo qual entrais em variadas confusões,
E a baderna que fazeis,
Na reviravolta que criais,
Delas tentando libertar-vos.

Amo-vos no modo como amais a vida,
Ainda não na compreendendo,
Mas amam-lha 'inda assim,
Igual a como amo eu a vós.

Amo-vos cada qual tal qual sois,
Uns que sorriem nas batalhas,
Outros que choram 'té nas alegrias;
Cada um de vós é um universo.

Amo-vos com o melhor de mim,
E que é o melhor de mim,
De toda a criação,
Senão vós mesmos?

Amai comigo,
Que de primeiro me faço último,
De evidente, me faço oculto,
Para que vivais com liberdade,
Adqurindo, dia a dia,
O conceito de responsabilidade.

Não vos sintais a sós,
Desamparados ou vilipendiados.
O que tens é o que construís,
Ontém como hoje,
Com o poder de vossas mãos.

Apenas vos posso dar o sol,
Apenas vos dou a lua,
Além da terra e tudo nela,
E por amor, grande amor,
Eu. dou a vida.

E cá assino apenas,
Com alegria e singeleza,
Apenas assim, nas palavras:
Eu, eu que vos amo...

quarta-feira, agosto 16, 2006

Anjos da Paz

Ó luminosas formas alvadias
Que desceis dos espaços constelados
Para lenir a dor dos desgraçados
Que sofrem nas terrenas gemonias!

Vindes de ignotas luzes erradias,
De lindos firmamentos estrelados,
Céus distantes que vemos, dominados
De esperanças, anseios e alegrias.

Anjos da Paz, radiosas formas claras,
Doces visões de etéricos carraras
De que o espaço fúlgido se estrela!...

Clarificai as noites mais escuras
Que pesam sobre a terra de amarguras,
Com a alvorada da Paz, ditosa e bela...

(Cruz e Souza)

segunda-feira, agosto 14, 2006

Antes Tarde ...

Nem sempre temos a chance de agradecer, pois nem sempre o tempo que nos é concedido é suficiente para tal, ou não o é a nossa eficácia em tomar proveito deste.

Por via das dúvidas, é melhor, talvez, escrever prematura e incompletamente, do que não chegar a escrevê-lo de fato, até porquê uma oportunidade não exclui as demais.

E o que tenho a agradecer é tudo o que me foi dado pelas pessoas que cruzaram meu caminho, nas mais diversas épocas e condições, algumas tendo sido apenas um breve relâmpago, por vezes de luz e alegria, outras que prosseguem sendo como fiéis amizades que a vida me honra em permitir ter como parte do tesouro do coração, aquele que os ladrões não roubam e as traças não corroem.

Minha gratidão afigura-se imensa neste particular momento. Foram e são raros os momentos em minha vida nos quais pude dar-me conta da realidade simples e magnífica, do quanto representa o que bem que fizeram e fazem por mim, bem como da minha total inabilidade em retribuir o privilégio na mesma escala, ou mesmo ainda em uma proporção qualquer que fosse ao menos significante por comparação.

A todos vocês, que doam de si sempre o melhor, que fazem o que está ao seu alcance, não medindo esforços para ajudar este que por ventura lhe é caro, deixo aqui meu obrigado, e meu pedido de desculpas, pois não raro tenho estado longe, muito longe, de ao menos tentar ser como vocês.

Se algum dia me deste o que de mais caro havia em teu coração, e retribuí tão somente com meu egoísmo, perdoa-me: Eu não sabia o que fazia.

E não menos importante, ainda não sei; E é mesmo improvável que venha a sabê-lo em futuro próximo, a despeito da consciência que momentâneamente me aclareou, enquanto escrevo tais palavras.

quinta-feira, agosto 10, 2006

Vozes de uma Sombra

Donde venho? De era remotíssimas
Das substâncias elementaríssimas
Emergindo das cósmicas matérias.
Venho dos invisíveis protozoários,
Da confusão dos seres embrionários,
Das células primevas, das bactérias.

Venho da fonte eterna das origens,
No turbilhão de todas as vertigens,
Em mil transmutações, fundas e enormes;
Do silêncio da mônada invisível,
Do tetro e fundo abismo, negro e horrível,
Vitalizando corpos multiformes.

Sei que evolvi e sei que sou oriundo
Do trabalho telúrico do mundo,
Da Terra no vultoso e imenso abdômen;
Sofri, desde as intensas torpitudes
Das larvas microscópicas e rudes,
A infinita desgraça de ser homem.

Na Terra, apenas fui terrível presa,
Simbiose da dor e da tristeza,
Durante penosíssimos minutos;
A dor, essa tirânica incendiária,
Abatia-me a vida solitária
Como se eu fora bruto entre os mais brutos.

Depois, voltei desse laboratório,
Onde me revolvi como infusório,
Como animálculo medonho, obscuro,
Té atingir a evolução dos seres
Conscientes de todos os deveres,
Descortinando as luzes do futuro.

E vejo os meus incógnitos problemas
Iguais a horrendos e fatais dilemas,
Enigmas insolúveis e profundos;
Sombra egressa de lousa dura e fria,
Grita ao mundo o meu grito que se alia
A todos os anseios gemebundos: ?

?Homem! por mais que gastes teus fosfatos
Não saberás, analisando os fatos,
Inda que desintegres energias,
A razão do completo e do incompleto,
Como é que em homem se transforma o feto
Entre os duzentos e setenta dias.

A flor da laranjeira, a asa do inseto,
Um estafermo e um Tales de Mileto,
Como existiram, não perceberás;
E nem compreenderás como se opera
A mutação do inverno em primavera,
E a transubstanciação da guerra em paz;

Como vivem o novo e obsoleto,
O ângulo obtuso e o ângulo reto
Dentro das linhas da Geometria;
A luz de Miguel Ângelo nas artes,
E o espírito profundo de Descartes
No eterno estudo da Filosofia.

Porque existem as crianças e os macróbios
Nas coletividades dos micróbios
Que fazem a vida enferma e a vida sã
Os antigos remédios alopatas
E as modernas dosagens homeopáticas
Produto da experiência de Hahnemann.

A psíquico-análise freudiana
Tentando aprofundar a alma humana
Com a mais requintadíssima vaidade,
E as teorias do Espiritualismo
Enchendo os homens todos de otimismo,
Mostrando as luzes da imortalidade.

Como vive o canário junto ao corvo
O céu iluminado, o iverno torvo
Nos absconsos refolhos da consciência;
O laconismo e a prolixidade
A atividade e a inatividade,
A noite da ignorância e o sol da Ciência.

As epidermes e as aponevroses,
As grandes atonias e as nevroses,
As atrações e as grandes repulsões,
Que reunindo os átomos no solo
Tecem a evolução de pólo e pólo,
Em prodigiosas manifestações;

Como os degenerados blastodermas
Criam a descendência dos palermas
No lupanar das pobres meretrizes,
Junto dos palacetes higiênicos
Onde entre gozos fúlgidos e edênicos
Cresce a alegre progênie dos felizes.

Os lombricóides mínimos, os vermes,
Em contraposição com os paquidermes,
Assombrosas antíteses no mundo;
É o gigante e germe originário,
Os milhões de corpúsculos do ovário,
Onde há somente um óvulo fecundo.

A alma pura do Cristo e a de Tibério,
Vaso de carne podre, o cemitério,
E o jardim rescendendo a perfumes;
O doloroso e tetro cataclismo
Da beleza louçã do organismo,
Repleto de dejetos e de estrumes.

As coisas sustanciais e as coisas ocas,
As idéias conexas e as loucas,
A teoria cristã e Augusto Comte;
E o desconhecido e o devassado,
E o que é ilimitado e o limitado
Na óptica ilusória do horizonte.

Os terrenos povoados e o deserto,
Aquilo que está longe e o que está perto;
O que não tem sinal e o que tem marca;
A funda simpatia e a antipatia,
As atrofias e a hipertrofia,
Como as tuberculoses e a anasarca.

Os fenômenos todos geológicos,
Psíquicos, científicos, sociológicos,
Que inspiram pavor e inspiram medo;
Homem! por mais que a idéia tua gastes,
Na solução de todos os contrastes,
Não saberás o cósmico segredo.

E apesar da teoria abstrusa
Dessa ciência inicial, confusa,
A que se acolhem míseros ateus,
Caminharás lutando além da cova,
Para a Vida que eterna se renova,
Buscando as perfeições do Amor em Deus.

(Augusto dos Anjos)

sábado, julho 01, 2006

You and me

You and me were not meant to be;
Oh, you don't know how I feel about you, you don't know.

And this doesn't matter;
Because you and me,
We are not meant to be.
But if we were, you and me, meant to be;
Then I could sing this song for free.

You and me
We are not meant to be.

May they care for you,
May they look after you.
May they treat you right,
May they take care of you.
As I would've.

But I can't follow this road,
I can't stay beside your shadow,
May I follow without you;

Because you and me,
We were not meant to be.

quinta-feira, junho 22, 2006

Lei

Lei, forse sara' la prima che,
Io non potro' dimenticar,
La mia fortuna o il prezzo che, dovro' pagar,
Lei, la canzone nata qui,
Che ha gia' cantato chissa' chi,
L'aria d'estate che ora c'e'
Nel primo autunno su di me...

Lei, la schiavitu' la liberta',
Il dubbio la serenita'
Preludio a giorni luminosi oppure bui,
Lei, sara' lo specchio dove io,
Riflettero' progetti e idee
Il fine ultimo che avro', da ora in poi.

INCISO:
Lei, cosi' importante cosi' unica,
Dopo la lunga solitudine,
Intransigente e imprevedibile,
Lei, forse l'amore troppo atteso che,
Dall'ombra del passato torna a me,
Per starmi accanto fino a che vivro'

Lei, a cui io non rinuncerei,
Sopravvivendo accanto a lei,
Ad anni, combattuti ed avversita'
Lei, sorrisi e lacrime da cui,
Prendono forma i sogni miei,
Ovunque vada arriverei,
A passo a passo accanto a lei.
Lei, lei, lei.

(Charles Aznavour - Versão italiana de "She")

sexta-feira, junho 16, 2006

Se ami sai

Non dire no, che ti conosco e lo so
Cosa pensi
Non dirmi no.

È già da un po' che non ti sento
Parlare d'amore
Usare il tempo al futuro per noi
E non serve ripetere ancora che tu mi vuoi
Perché ora non c'è quel tuo
Sorriso al mattino per me
Perché non mi dai più niente di te
Se ami sai quando tutto finisce
Se ami sai come un brivido triste
Come in un film dalle scene già viste
Che se ne va, oh no!

Sai sempre quando una storia si è chiusa
E non si può più inventare una scusa
Se ami prendi le mie mani
Perchè prima di domani
Finira

E non si può
Chiudere gli occhi e far finta di niente
Come fai tu quando resti con me
E non trovi il coraggio di dirmi che cosa c'è
Sarà dentro di me come una notte
D'inverno perché
Sarà da oggi in poi senza di te
Se ami sai quando tutto finisce
Se ami sai come un brivido triste
Come in un film dalle scene già viste
Che se ne va, oh no!

Sai bene quando inizia il dolore
E arriva la fina di una storia d'amore
Ma se ami prendi le mie mani
Perché prima di domani
Te ne andrai, non sarai
Qui con me.

(Laura Pausini)

sábado, maio 13, 2006

Curvas

Não importa o que aconteça, a vida acontece. A gente faz e deixa de fazer, e no entanto, nada a detém.

Raramente estamos prontos. Quando chega o momento, ela faz a curva, e a gente insiste em ir reto, sai da estrada, as vezes até capota com as quatro rodas. Olhando assim, depois que acontece, e quando não dói, é até engraçado.

E a gente volta pra estrada meio sem saber onde ela vai dar. Mas esta estrada danada gosta de mudar de rumo, ou melhor, talvez a gente tenha um problema de visão: a gente enxerga as coisas indo para um lado, quando talvez elas estejam indo para outro.

A vida não é um bicho de sete cabeças, embora também não seja lá muito simples, e na tentativa de simplificá-la ainda mais, as vezes acabamos por deixá-la mais complicada ainda.

A verdade é que não entendemos a vida. Natural, somos humanos, humanos não tem como prerogativa entender a vida, pelo menos não de relance, como se fosse um manual de instruções de 3 páginas, com figuras, que a gente bate o olho e diz: -Ah, fácil, saquei tudo.

A gente descobre, aprende e desaprende, um pouco a cada dia. Em cada curva do caminho, seja uma curva vencida ou uma daquelas em que saímos da estrada, há sempre ali uma coisinha que a gente pode prestar atenção e dizer: -Ah, isso eu não sabia!

De cada lugar onde estivemos, de cada momento que vivemos, ficam as recordações, de tudo aquilo por que passamos e que nos ajudam a definir quem somos. É certo que experimentamos, e mais de uma vez, aquela sensação de querer voltar atrás, tanto por que sentimos que perdemos momentos que não voltam mais, e gostariamos de poder revivê-los, tanto por que as vezes pensamos que gostaríamos de poder desfazer as coisas, mudar uma coisa aqui e outra ali, ter seguido outra bifurcação na estrada...

Considero perfeitamente natural ter estes pensamentos.

Porém, um homem admirável, que já segue por outras estradas, me fez pensar, com aquela frase nada sutil: "Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim."

Faz sentido, não faz?

Novo Começo

Nasceste no lar que precisavas
Vestiste o corpo físico que merecias.
Moras onde melhor Deus te proporcionou, de acordo com teu adiantamento.
Possuis os recursos financeiros coerentes com as tuas necessidades, nem mais, nem menos, mas o justo para as tuas lutas terrenas.
Teu ambiente de trabalho é o que elegeste espontaneamente para a tua realização.
Teus parentes, amigos são as almas que atraíste, com tua própria afinidade.

Portanto, teu destino está constantemente sob teu controle.
Tu escolhes, recolhes, eleges, atrais,buscas, expulsas, modificas tudo aquilo que te rodeia a existência.
Teus pensamentos e vontade são a chave de teus atos e atitudes...
São as fontes de atração e repulsão na tua jornada vivência.

Não reclames nem te faças de vítima. Antes de tudo, analisa e observa.
A mudança está em tuas mãos.
Reprograma tua meta.
Busca o bem e viverás melhor.

"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um Novo Fim."

Chico Xavier

sábado, maio 06, 2006

That'll keep you going ...

Fazia tempo que não conseguia acessar aqui; Viva a empresa de fundo de quintal que provê minha internet. É um fundo de quintal bem grande, infelizmente, e esta incompetência atinge a quase todos que dependem dela. Paciência, se a concorrência chegasse aqui eu já teria mudado.

Também tem outro fator: Eu ando sem ter muito o que dizer. Tenho uma série de dúvidas e poucas respostas, e minhas dúvidas são tão ordinárias que não me vejo escrevendo sobre elas, ao menos não ainda.

Mas tem ainda um outro fator. Isto aqui está abandonado tanto por quem escreve quanto pelos leitores, pelo que pude perceber. Escrever pra mim mesmo deixou de ser um exercício interessante há muito tempo.

Então, vamos seguir nessa... eu finjo que escrevo, vocês fingem que lêem, e estamos todos satisfeitos :-)

sábado, abril 08, 2006

Do amigo

Não sou a inocência ou a culpa
Nem água da lagoa ou da chuva;
Não sou a verdade ou a mentira.

Não sou teu destino ou a fé
Nem o vento ou a brisa;
Não sou o que se vai,
Nem o que fica.

Sou teu amigo de toda hora
Que está em teu coração,
Quando ri, e quando chora;
Quando vem, ou quando vai...

Quando contempla a chuva ou a brisa,
Quando pensa no destino;
Quando lembra que tem fé
Ou quando de tudo isto esquece.

Nada sou, nada fui
Mas quando teus olhos sorriem
Como fosse eu,
E eu o sou,
Este que te escreve:
- Teu amigo de toda hora;

Que está quando não pode estar,
Que o tempo não carrega e a distância não apaga;

Quando o vento leva a chuva, que toca a lagoa
- Ou quando ri e quando chora;

Sou teu amigo de toda hora,
Sou sem verdade e sem mentira,
Em teu futuro e em teu passado;

Ou quando ri,
E quando chora.

segunda-feira, março 20, 2006

Comentários

Troquei o sistema de comentários, infelizmente achei que dava para importar os antigos, no que me descobri enganado.

Mas enfim, não tenho escrito aqui mesmo. Na esperança que o já postado possa ter alguma utilidade para alguém, vou manter o site no ar, mas não vou atualizá-lo senão muito raramente.

O último comentário postado, se prestei atenção, havia sido algo em torno da amizade ser como o sol.

Dá pra interpretar isto de várias formas, mas o que te posso dizer baseado no que presumo ter entendido da pergunta, é que o sol brilha para todos, enquanto ele existir. Já a amizade, brilha para quem sabe honrá-la, pois para os que a desprezam, ela eventualmente deixa de brilhar.

Se for verdadeira, ainda que nunca morra, pode acontecer dela definhar, como se morrendo, como tudo mais que é desprezado por tempo suficiente para que se acostume com sua ausência.

Dizem por aí que ela é como uma planta, deve ser regada e cuidada, do contrário, seca e morre. Noutras palavras, deixar viver ou deixar morrer? Você escolhe.

sábado, março 04, 2006

Tolerância

Sou adepto da Verdade, mas acho que a Verdade não deve ser lançada na cara de ninguém... Jesus silenciou diante de Pilatos. Naquelas circunstâncias, adiantaria dizer alguma coisa!? Graças a Deus, nunca me prevaleci da Verdade para humilhar alguém. A Verdade que esmaga está destituída de Amor. Deus não age assim... A Verdade só deve ser dita quando possa servir de alavanca para reerguer quem se encontra no chão. Eu fugiria de quem só tivesse verdades para me dizer... A gente enlouquece. Deus não nos violenta... A razão nunca está de um lado só. As pessoas que se orgulham de ser francas demais, estão escondendo de si mesmas a sua própria realidade... Vocês me perdoem, mas é o que eu penso.
...

Se nós criarmos um sistema de compreensão humana e com o respeito recíproco por base, entendendo que cada qual de nós tem um tipo de felicidade particular e um caminho especial, até viver com tarefas especiais a realizar; se nós praticarmos este entendimento fraterno, esses conflitos desaparecerão, porque todos na essência somos filhos de Deus e nascemos livres para criar o nosso destino, embora, depois dos nossos atos, estejamos escravizados às conseqüências.


-- Trechos extraído do livro "O Evangelho de Chico Xavier"

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Do mal

O vento desgasta as pedras, cujas partículas se incorporam à areia, e esta mesma areia, movida pelo vento, volta a desgastar as pedras.

O guerreiro perde ou ganha, mas tem de retornar sua espada a bainha.
A tempestade passa, e suas imensas nuvens cinzentas trocam relâmpagos com a terra, num espetáculo de estrondos e ventos rápidos, mas a terra, que sofre com sua passagem, cedo ou tarde vê o sol e a calmaria voltarem por ali, outra vez.

O fogo vêm, destrói, e vai embora. Seus efeitos se dão rapida e fatalmente, é impossível abstrair-se à sua presença. Mas a paixão entre o combustível e o comburente consome a ambos, e em pouco tempo, o que resta são as brasas e cinzas, e, finalmente, nem isto.

No auge da batalha, a lâmina do guerreiro dilacera os corpos dos oponentes, mas o tempo trata de cegar a lâmina e cobrir de terra o próprio guerreiro.

As tormentas que te afligem o coração não são menos passageiras que o fogo sobre a terra ou a lâmina impiedosa do guerreiro, que, como todas as coisas, encontram seu término.

As maiores linhas de pensamento orientais e ocidentais convergem no que diz respeito a importância do momento presente, o vendo como a única chance de superar o passado e projetar o futuro.

Que é o futuro, senão a realização dos sonhos de hoje? Quando chega o futuro, é o hoje que faz, o ontém que sonhou, e o anteontem que embora criando uma linha tangente, mais ou menos apontando a direção, a tendência para onde vamos, ainda assim não fecha portas ou tranca janelas: somos livres.

Entretanto, é inegável que o chamado senso comum ocidental vê o momento presente não como o instante passageiro e mutável que vai dando lugar ao ontém, para que o amanhã se torne hoje, que é uma imagem viva, e sim como uma imagem de morte, uma imagem de que o amanhã pode não vir e é bem possível que não venha. Uma imagem imatura de que hoje é o último dia de nossas vidas, é o dia de saciar as delícias de satisfazer os sentidos até a exaustão, como se não fossemos viver para sofrer a dor de barriga do glutão, ou o revide daquele a quem voluntariamente vilipendiamos, ou as consequências à saúde física e moral advindas de nossos próprios abusos.

Dizem: - Viva o hoje, não pense nas consequências, seja feliz como os animais, que, se caçam para viver, de certa forma também vivem para caçar.

Todos conhecerão as consequências dos atos, da ação e da omissão, e felizes são os que os conhecem através do pensamento, da previdência racional antecipada, e tolos somos nós outros, que precisamos fazer o mal para sabê-lo mau, provando as suas consequências.

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Imyra, Tayra, Ipy

Reproduzo a pedido da Imyra, seu chamado ao resgate da obra de seu pai, tão desconhecida em sua própria terra. Quem quiser saber mais pode consultar este site.

--

Olá,

Gostaria de pedir a todos que gostam da boa música, para aderir suas assinaturas a campanha de repatriamento do disco Imyra, Tayra, Ipy ? Taiguara (1976), disponível no link: http://www.imyra-tayra-ipy-taiguara.com/id11.html

Esta magnífica obra foi censurada pela ditadura militar no passado e hoje continua sendo negada ao público Brasileiro, pois o CD foi lançado somente no Japão! É uma injustiça que viola o direito de cada Brasileiro a sua herança cultural! O disco contem a participação especial de Hermeto Pascoal, Wagner Tiso, Nivaldo Ornelas, Toninho Horta, Jacques Morelembaun e outros grandes nomes da música sinfônica e popular Brasileira. É absurdo que nós, Brasileiros, tenhamos que buscar em sítios estrangeiros algo que nos pertence por direito. Não podemos permitir que a repressão a arte continue a perdurar até hoje, esta situação é uma injustiça que viola o direito de cada Brasileiro a sua herança cultural e precisa de ser revertida já! Aderir não leva mais que 10 segundos

quinta-feira, janeiro 12, 2006

O teu sonho não acabou (Taiguara)

Hoje a minha pele já não tem cor
Vivo a minha vida seja onde for
Hoje entrei na dança e não vou sair
Vem que eu sou criança e não sei fingir

* Eu preciso, eu preciso de você
Ah! Eu preciso, eu preciso, eu preciso muito de você

Lá onde eu estive o sonho acabou
Cá onde eu te encontro só começou
Lá colhi uma estrela pra te trazer
Bebe o brilho dela até entender

Que eu preciso... (*)

Só feche o seu livro quem já aprendeu
Só peça outro amor quem já deu o seu
Quem não soube a sombra, não sabe a luz
Vem, não perde o amor de quem te conduz

Eu preciso... (*)

Nós precisamos, precisamos sim
Você de mim, eu de você.

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