quinta-feira, novembro 18, 2004

The show must go on

Não sei o que pensar, e nem o que dizer. Há tanta contradição. Tanta confusão.
E, por vezes, as únicas coisas sobre as quais tenho certezas são aquelas que mais parecem impossíveis.

Acho que sou masoquista. Adoro os paradoxos. Eu mesmo sou um, bem grande. Raíz na terra, cabeça nas nuvens. Por vezes sinto minha força, por vezes a jogo fora e fico vazio.

Transformo dias impossíveis em dias fáceis, e dias fáceis em dias de tormenta. Tenho o toque que cura e o toque que apodrece. Reflexo do paradoxo que carrego em mim. Que aproxima e afasta as pessoas de mim.

Ou não. Já não sei de nada. Chega de dramatizar as coisas. Bola pra frente. O show deve continuar.


"Parece cocaína
Mas é só tristeza
Talvez tua cidade
Muitos temores nascem do cansaço
E da solidão
E o descompasso e o desperdício
Herdeiros são agora
Da virtude que perdemos

Há tempos tive um sonho
Não me lembro, não me lembro
Tua tristeza é tão exata
E hoje o dia é tão bonito
Já estamos acostumados
A não termos mais nem isso

Os sonhos vem, os sonhos vão
E o resto é imperfeito

Disseste que se tua voz tivesse força igual a imensa dor que sentes
Teu grito acordaria não só a tua casa
Mas a vizinhança inteira

E há tempos
Nem os santos
Tem ao certo a medida da maldade
E há tempos são os jovens que adoecem
E há tempos o encanto está ausente
E há ferrugem nos sorrisos
E só o acaso estende os braços a quem procura abrigo
E proteção

Meu amor:
Disciplina é liberdade
Compaixão é fortaleza
Ter bondade é ter coragem

(E ela disse:)
- Lá em casa tem um poço, mas a água é muito limpa" -- Há tempos, Legião Urbana

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