Há sempre um certo limite, o qual em dado instante, não podemos ultrapassar.
Onde não importa o quanto queiramos, nossas forças, naquele momento, não são suficientes para transpor tal ou qual obstáculo.
Assim sendo, não somos inteiramente livres. De certa forma, somos escravos.
Alguns de nós somos escravos das condições do mundo. E é muito difícil superar as condições do mundo, aqui incluidas as barreiras sócio-culturais de ordem mais ampla ou familiar. É claro que a escravidão aqui é relativa, pois há sempre a possibilidade de lutar até o limite das próprias forças, e ainda aí, meios de buscar multiplicar estas forças.
Alguns outros de nós somos escravos de limitações de nossos próprios corpos, que não possibilitam que nos expressemos como de outra forma poderíamos. É o caso das deficiências físicas e mentais.
Mas há ainda um outro nosso grupo. Há os que voluntariamente tornam-se escravos. Escravos do apego, escravos das paixões, escravos de si mesmos, escravos voluntários dos outros.
Somos condenados a sermos livres, e somos livres para escolhermos estarmos presos.
E estar-se preso é uma opção, não se pode negar. A questão é: preso a que, e por quê?
Por vezes confundimos dependência inútil com renúncia.
A renúncia é nobre. Tão nobre que raras vezes é vista na face desta terra, terra ainda de horrores e do espetáculo sangrento.
A dependência, no entanto, é pesada bigorna presa a nosso pés, que nos impede de voar.
E ela causa exatamente o oposto do que busca o dependente: solidão.
De que temos tanto medo, afinal?
Sei o medo, e o respeito. Mas não o entendo.
"Sozinhos vamos mais rápido. Juntos, vamos mais longe"
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