segunda-feira, dezembro 13, 2004

Saudades

Há tantas coisas que eu gostaria de dizer.
Mas sequer consigo coordenar as idéias, tampouco colocar em palavras.

Queria me fazer compreendido. Mas não posso. E com isto, só me resta ser julgado. Pelos preconceitos, pelo "eu acho", pelo "eu suponho".

Não desejo a ninguém que experimente o descompasso pelo qual passei. Mas, quem quiser saber como me sinto, e o que me afeta, provavelmente terá que passar pela mesma situação. Pois não há nada que palavras expressem.

E se fosse só uma ou outra coisa, mas é muita coisa ao mesmo tempo. Uma luta para tentar coordenar as idéias, que parecem se perder, ver algumas das pessoas que mais amo se afastarem, por vezes eu mesmo ter de me afastar para evitar magoá-las, e talvez com isto mesmo, já as magoando.

As vezes sentir-se como um cachorro vadio, enxotado a ponta-pés.

Descobrir que aquele olhar que te enche de luz, de paz, de esperança, aquele olhar que te faz sentir o coração disparar, talvez nunca mais olhe para você do mesmo jeito.

E, acima de tudo, nunca, jamais, em hipótese alguma, perder a esperança. Isto requer toda a força, não importa se a temos em sobra ou em falta.

E se ao invés de falar, falar, me dissessem para dizer apenas uma palavra, seria: saudades.

Saudades que a vida me pede que enterre.
E eu, por mais que me doa, tentarei.
As vezes, não temos mais escolha. É onde acaba nossa liberdade.

Boa semana :-)

Nenhum comentário:

Pesquisa google