quarta-feira, dezembro 08, 2004

Vivendo e aprendendo...

... e se dando mal, por vezes.

Engraçado como a gente pensa que sabe das coisas mas acaba descobrindo que não sabe nada.

Por exemplo, sempre pensei que me acertava melhor com as pessoas que falam pouco. Por que as pessoas que falam muito costumam entrar nos detalhes e exagerar sua descrição, e minha mente, que julgo (provavelmente de forma errônea) como prática não gosta de perder tempo em coisas que não são necessárias ao entendimento da questão sob análise. Minha mãe por exemplo tem o hábito de descrever as cores das coisas, e suas manchas e outros detalhes que normalmente não tem nada a ver com o objetivo da conversa que ela mesma iniciou. Implicancia minha, eu sei, mas não tenho paciência.

Pois bem. Hoje me caiu a ficha, assim do nada, que eu tenho mais problemas com pessoas que, como eu (eu acho que sou assim, e devo estar enganado de novo), falam de menos.

Por que acontecem situações assim. A pessoa não se abre, não diz o que pensa. Aí um dia do nada ela resolve resumir tudo numa frase e solta a bomba. Se parar para pensar, fica evidente que tem zilhões de interpretações possíveis para aquela frase, mas como não há prévio diálogo e fica impossível saber o que levou a pessoa a chegar à aquela conclusão, você conclui pelos próprios meios e reage diante da colocação como a entende, o que não necessariamente é o que a pessoa quis dizer. Aí, como não há diálogo entre duas pessoas fechadas, você dá a sua resposta ou contra-argumento e novamente se inicia o ciclo, a pessoa fica encucada tentando entender por que diabos você respondeu daquela forma e o interpreta o que você quis dizer da forma que lhe é mais própria, etc, etc.

Eu acho que não sei ouvir. Cheguei a esta conclusão hoje. Talvez eu saiba quando convém, ou seja, quando estou em paz (o que é raro hj em dia), quando as fases da lua ajudam, sei lá. Mas acho que realmente não sei ouvir, de forma constante.

Mas uma coisa é certa: eu não sei se magoei se não disser, eu não sei se não magoei, se não disser. Eu não tenho bola de cristal, e já acho um saco ter que entender o que se passa pela linguagem dos mudos em pessoas que tem a faculdade da fala intacta. Ainda mais quando não se dispõe a me ouvir e tiram suas próprias conclusões, aí a coisa fica tão divertida quanto aquela brincadeira tosca de vendar os olhos e tentar colocar o rabo de pano com um alfinete no traseiro de um burro de pano, se é que é isso.

Assim sendo, eu vou ali me inscrever para marciano, que como terraqueo a coisa está difícil pacas.

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