Dias estranhos.
Devo ser um bom ator, sem querer sê-lo.
Em meio a multidão, me senti só. Quanto mais pessoas eu via, mais me sentia distante de tudo e de todos. E no entanto, acho que ninguém notou que, por ora, eu não tenho sido eu.
Não gosto de peder o controle das coisas, ou melhor, de perder a ilusão de ter o controle de alguma coisa.
Confusão não é comigo. Minha cabeça pode viver nas nuvens, mas gosto de ter minhas raízes no chão. Parece que um furacão me atirou ao ar.
As vezes fico assim, meio perdido, pois tenho receio de ser tão sincero. Frequentemente sou mal interpretado, e nem sempre tenho a chance ou a vontade de corrigir isto.
Só espero que a mágoa ou constrangimento que eu por ventura tenha infringido seja nada ou muito pouco comparado a um eventual bem que eu possa fazer. Pode parecer piegas, mas só o que eu queria agora era ter certeza de que um determinado coração que não o meu está em paz. Pois o meu, se não está em guerra, dormita na incerteza.
De qualquer forma, eu não comecei a escrever aqui só para lamentar. Tenho motivos para sorrir. Não diria para comemorar, mas sorrir é sempre um bom começo. Significa que há esperança. Mas isto é outra história. Uma coisa que aprendi é que em coisas que dependem de diálogo, não adianta uma pessoa so ficar quebrando a cabeça, tentando adivinhar ou inventar coisas, é necessário paciencia, é necessário olho no olho. Ou esperar que o tempo faça seu milagre, de definir as coisas, muito embora isto signifique, por vezes, tomar rumos não antes imaginados.
"Tu deviens responsable pour toujours de ce que tu as apprivoisé."
("Tu te tornas eternamente responsável por aqueles a quem cativa") - Antoine de Saint Exupery, em "O pequeno príncipe"
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