segunda-feira, agosto 02, 2004

3 Reais.

O que leva as pessoas a abrir mão da autencidade? A agir como pisando em ovos, tomando todo o cuidado para não desagradar a ninguém, e, pior, fazer coisas ridículas para tentar agradar, inclusive a pessoas que nem conhece?

Quem lê o que escrevo e conhece o que penso (e poucas conhecem, algumas pensam conhecer mas pelo que tenho descoberto, não fazem idéia) sabe que procuro sempre valorizar o ser humano. Embora eu também seja orgulhoso e egoísta, me considero raridade por que assumo isto publicamente e estou em campanha para amenizar isto. Em várias oportunidades, quando a vida exigiu, abri mão de meus interesses pessoais, em favor da coletividade, e nenhuma vez sequer me arrependi de tê-lo feito. Meus arrependimentos nesta área são justamente pelas oportunidades perdidas, onde poderia ter construído algo mais positivo se não tivesse pensado apenas no meu próprio umbigo.

No entanto, as vezes me sinto tentado a quase concordar com os que pensam que a humanidade está perdida. No meu ver ela está doente, sofrendo de epidemias as mais variadas, da AIDS a uma epidemia de falta de educação, especialmente educação ético-moral.

Compartilho da esperança dos que aguardam pelo dia em que a AIDS e outras epidemias de ordem biológica estarão banidas da face da terra.

Quanto a outra epidemia citada, sempre existiu remédio, o problema é que as pessoas se recusam a experimentá-lo. Algumas teorizam sobre sua ineficácia, mas sequer o tentam pelo tempo e com a energia suficientes para obter algum resultado, ainda que tímido. Este remédio é a abnegação, é dar ao egoísmo seu oposto.

Deixar de pensar só em si, não é algo fácil, bem o sei. Para alguns eu diria que é impossível, mas muito felizmente eu devo estar errado quanto a isto.

Dois pesos e duas medidas. De novo escrevendo sobre isto. Seria revoltante, se eu tivesse pressa, mas, se me faltasse todo o resto, ao menos tempo eu ainda teria.

Agostinho, que na tradição católica é santo, dizia que "Se o egoísta soubesse as vantagens de ser bom, seria homem de bem por egoísmo".

Somos homens maus, alguns conformados, outros lutando para sermos homens de bem tão verdadeiros quanto uma nota de três reais. Algumas poucas excessões são suficientemente discretas para serem o que são, independente de quem vê, pois o reconhecimento é uma faca de dois gumes, nesta nossa sociedade que nega o que existe, e reconhece o que nunca existiu.

"Aquele que recebe um favor deve recordar-se dele; quem o faz deve esquecê-lo" -- Cícero

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