sexta-feira, agosto 13, 2004

Música

Resolvi escrever um pouquinho sobre o que a música significa em minha vida.

Com a música tenho uma relação de mão dupla: a música é meu compasso, pode influenciar fortemente no que estou pensando e sentindo em determinado momento, e ao mesmo tempo, estou sempre buscando aquelas que dizem respeito ao momento.

Posso estar um pouco triste, e encontrar amparo numa música um pouco mais melódica, ou ser arrancado da tristeza e jogado na euforia por uma música que faça o que faz o taco de golf da mensagem anterior.

Por outro lado, posso estar introspectivo, e não consigo ouvir certas músicas, elas destoam do que ritmo que estou procurando manter, então preciso ouvir outras, mais apropriadas ao momento. Tem dias que estou revoltado, tem dias que estou no céu, a música "ambiente" naturalmente não pode ser a mesma.

Quem me conhece pensa que só ouço pink floyd e legião urbana.
O que não é bem verdade. Algumas músicas do pink floyd, é verdade, nunca saem da minha cabeça (Wish you were here, Comfortably numb, Shine on you crazy diamonds, Poles Apart).

As vezes acordo ouvindo elas. Não no rádio, mas na minha cabeça mesmo.
Mas tem outras músicas deles que não ouço com tanta frequência, e ainda aquelas que eu nã o gosto.

Quanto a legião urbana, eu já não sou tão fã deles. Musicalmente, eu inclusive acho que deixa a desejar. Porém, o ritmo e as letras tiveram um significado todo especial na transição entre a adolescência (da qual não sei se um dia vou sair totalmente) e a maturidade (da qual as vezes ainda tenho dúvidas se entrei).

Naqueles dias em que eu sentia e pensava exatos opostos, em que aconteciam aquelas coisas que nos perturbam enquanto adolescentes (de problemas no namoro ao relacionamento com os pais), eu quase sempre encontrava alguma letra de música que expressava isto. E era interessante por que eu tinha vários amigos que passavam pela mesma situação, com os quais conversava frequentemente sobre isto... havia uma banda que fazia cover deles, chamava-se "Boca Maldita", assisti a quase todas as apresentações que eles fizeram, em especial, as que faziam em um lugar então chamado "Estação Plaza Show" (que ainda existe, com outro nome, mas está muito diferente), já que ficava apenas a umas quatro quadras de casa.

Hoje em dia, ouvir legião me remete a estes tempos, que, por confusos que fossem, eram tempos felizes, ou ainda, com abundância de momentos felizes. É a saudade de um tempo que passou, mas que deixou marcas que espero carregar por toda a vida.

Infelizmente, destes amigos que compartilhavam comigo destes momentos, muitos poucos ainda mantém contato. Mas lembrarei deles sempre com muita gratidão.

Hoje em dia, gosto muito de ouvir coisas novas, ainda que novas para mim: tenho uma leve queda por músicas das décadas de 70 e 60, mas pouco conheço da época, vou descobrindo aos poucos.

Acho que toda música tem algo bom, e frequentemente, tem um por quê. Raramente são escritas a toa. Algumas excessões talvez sejam de longe o "funk" carioca que invadiu o país há uns anos atrás e aquela banda "É o tchan" e seus imitadores. Pasmem, uma coisa ruim ainda ter imitadores, é no mínimo trágico.

Gosto de música clássica e sinfonias em geral, mas não de todas elas. Algumas são tão chatas que funcionam como pílulas para o tédio. Para me desanimar ou me animar, jamais precisei de ajuda química, basta a ajuda sonora. Neste sentido, de sono, gosto muito do "Division Bell" do Pink Floyd, seu último álbum de estúdio, lançado em 1994. É talvez o album mais criticado, talvez por ser psicodélico e manhoso demais para os anos 90. Mas gosto de todas as músicas, e é um excelente sonífero quando estou nervoso. Excessão é a segunda faixa, "What do you want from me?", que é um pouco barulhenta demais para dar sono. Geralmente quase adormeço com a primeira, "Cluster One", ouço a segunda e quase acordo, e faço um esforço grande para curtir "Poles Apart" até o fim. Acho que 99% das vezes, quando começar a quarta, "Marooned", se alguém quiser contar até 30, eu já dormi.

Voltando a clássica, eu gosto de tudo um pouco, do básico, Beethoven, Bach, Strauss, etc.
Mas algumas não batem comigo, em especial as mais rápidas.
Das rápidas, gosto de Rachmaninoff, embora o trecho que mais goste de uma de suas composições seja justamente dos mais lentos, quem ouvir "Rapsódia em um tema de Paganini", saberá qual é sem precisar ouvir duas vezes...

Do rock/pop nacional atual, não gosto de muita coisa. Dos anos 90 e 80, a excessão talvez de Skank e Titãs, gostei de quase tudo. Barão Vermelho, Nenhum de Nós, Capital Inicial, até Biquini Cavadão (nunca mais ouvi) vai numa boa.

Que me perdoe quem gosta de Titãs. Eu também acho a letra sensacional, mas a música em si não me empolga. Talvez existam excessões e eu, injusto, esteja esquecendo. Costumo tratar assim, "não gosto de banda A ou B", mas o fato é que quase todas as bandas fazem uma ou outra música que acho interessante. Até skank parece ter acertado a mão. Mas é melhor não elogiar, posso me arrepender :-)

Eu me considero meio chato para música, mas também sou mente aberta. Passei uma semana inteira ouvindo Bob Marley. Encheu o saco, mas confesso que havia algo ali que era único, e era bom. Mas nunca mais ouvi :-)

Isto que escrevi não é nem metade... mas como está ficando tarde e o Post enorme, vai ser só, por enquanto...

Ah, por falar em música, o meu caro amigo Rafael vai se arriscar na árdua tarefa de me ensinar violão. Espero conseguir algo, por que sou muito travado, minha coordenação motora deixa a desejar.

Bom fim de semana a todos :-)

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